Ação visa aumentar efetividade das buscas e a consequente prisão de suspeitos ou condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes
Cecília França
O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) de Londrina começa hoje a utilizar seus perfis nas redes sociais para a divulgação de fotos e nomes de foragidos condenados ou suspeitos de crimes sexuais contra vulneráveis. O objetivo é aumentar a efetividade das buscas e o consequente cumprimento dos mandados. A ação começa um dia após a Operação 13 de julho, da Polícia Civil, que marcou os 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com a prisão de cinco homens envolvidos em crimes sexuais contra menores de 14 anos, em Londrina.
A delegada do Nucria, Lívia Pini, explica que a divulgação dos nomes dos foragidos já vinha acontecendo via perfil da sede da Polícia Civil, em Curitiba, mas que o comportamento dos suspeitos levou à decisão da abordagem local. “A gente resolveu começar a fazer isso localmente porque percebeu que muitos dos foragidos, embora não estejam mais no endereço que consta no processo, normalmente ou ficam por perto, por terem familiares, ou têm algum vínculo com a região”, detalha.
A ação começa em um momento marcante para os direitos das crianças e dos adolescentes, os 30 anos do ECA. Para a delegada, a legislação mudou a forma de se encarar os vulneráveis nos processos criminais, dando voz a eles.
“O ECA representou uma mudança de paradigma na forma de você olhar para a criança e o adolescente. Eles deixaram de ser vistos como um objeto no processo e passaram a ser sujeitos de direito, propriamente dito, alguém que você ouve nos procedimentos, a ser considerado nos seus desejos, que tem voz no processo. Esse tratamento humanizado, nos procedimentos de investigação de crimes contra a criança, é muito relevante”, opina.
A delegada lembra que o ECA é uma legislação reconhecida internacionalmente, no entanto, muitas das medidas ali previstas ainda não são postas em prática. “A questão do ECA é a efetivação, é transformar aquilo que está na lei em algo concreto, que ainda está sendo construído”.
Denúncias
Quem reconhecer algum dos suspeitos ou condenados divulgados nas redes sociais do Nucria e tiver informações relevantes sobre o paradeiro dos mesmos deve fazer a denúncia via e-mail ou telefone. O número fixo também funciona como WhatsApp. A delegada pede que sejam evitadas mensagens diretas via redes sociais, como Instagram e Facebook. O órgão garante o sigilo da identidade do denunciante.
Instagram @londrinanucria
Facebook Nucria Londrina
E-mail: nucrialondrina@pc.pr.gov.br
Telefone para denúncias: (43) 3325-6593
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