Em condições extremamente precárias, posto desativado abrigava pessoas há vários anos
Cecília França
Foto: Emerson Dias/NCom
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, anunciou na última segunda-feira (27) o início das obras da nova sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O local, onde aconteceu a cerimônia – um antigo posto desativado na Avenida Dez de Dezembro – até poucas horas antes servia de abrigo para pessoas em situação de rua. As condições eram de altíssima insalubridade e vulnerabilidade.
Equipes das secretarias de assistência social e de saúde estiveram no local na quinta-feira anterior à ação (23) e encontraram lá oito pessoas, conforme Cláudia Denise Garcia, da Diretoria de Serviços Complementares em Saúde. O dia 27 era a data limite para a desocupação do local, uma vez que a empresa responsável pela obra cercaria o terreno a partir do meio-dia.
“As equipes já vinham fazendo atendimento a esses usuários que ficavam no posto. Na quinta passada elas foram até o local dar a informação de que seria feita a reforma, que eles precisariam se deslocar. Foi oferecido tratamento, todos os serviços nossos, também de acolhimento, e esses oito se recusaram porque disseram que já tinham se organizado e tinham para onde ir”, relata.
Na segunda-feira, antes do início da ação, os profissionais retornaram ao local, encontraram um ocupante e este aceitou encaminhamento para Comunidade
O Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) em Londrina soube da ação apenas na segunda à tarde, depois de realizada. O movimento avalia que o local não oferecia condições mínimas de sanidade e agora busca saber o paradeiro dos que lá se encontravam.
A Lume teve acesso ao conteúdo de uma reunião realizada no dia 23, após a abordagem no local, entre profissionais da saúde e assistência. Nela consta que das oito pessoas encontradas no antigo posto, seis consentiram em realizar testes rápidos para Covid-19, uma vez que compartilharam espaço com um homem que havia testado positivo. Todos testaram negativo na oportunidade.
Os profissionais também relataram terem fornecido kits de higiene aos presentes e recebido demandas de documentos. Foi levantada a necessidade de novas abordagens no local no fim de semana anterior à ação, que foi descartada pelos participantes.
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