Após assembleia na tarde de quinta-feira (26), dez educadores também encerraram greve de fome iniciada na semana anterior

Cecília França

Foto em destaque: Divulgação

Dez professores que se mantinham em greve de fome, há oito dias, em Curitiba, abrigados sob a marquise do Palácio Iguaçu, encerraram ontem seu ato extremado, após assembleia geral da categoria. A manifestação terminou sem recuo por parte da Secretaria da Educação e do Esporte (Seed) em relação à prova para seleção de professores por Processo Seletivo Simplificado (PSS), que ocorrerá de forma presencial em plena pandemia. Mais de 47 mil professores se inscreveram.

A revogação da prova, prevista no Edital 47/2020, era a pauta mais urgente dentre outras históricas da categoria. Há dois dias, o núcleo sindical da APP-Sindicato em Londrina apresentou denúncia ao Ministério Público e à Prefeitura questionando a realização do processo em meio ao crescimento dos casos de Covid-19 no Estado. A entidade concorda com a aplicação de provas, desde que sejam para concurso público. Atualmente o Paraná conta com cerca de 47 mil professores concursados e outros mais de 20 mil PSS.

“Nossa posição é que o Estado revogue o edital 47/2020, respeitando a saúde e o emprego dos milhares de profissionais PSSs. Esperamos que o Ministério Público e o município de Londrina tomem medidas para proteger a saúde da população”, afirmou Márcio Ribeiro, presidente da APP em Londrina, no dia da apresentação das denúncias.

À Lume, Ribeiro lamentou que o momento atual impossibilite novas mobilizações. “Infelizmente, apesar do tamanho da agressividade da SEED em relação a todos nós – agressividade entende-se de várias formas, inclusive com a falta de respeito – pelas condições atuais, de estarmos em aula remota e outras questões, a maioria entendeu que não tinha como fazer nenhum tipo de movimento grevista ou de mobilização mais contundente agora. O que ficou acertado é que permanecemos em estado de assembleia permanente, com indicativo de greve para o ano que vem“, informa.

O contrato PSS

Há 15 anos, professores são contratados por PSS no Paraná. A avaliação inclui títulos e tempo de serviço, processo considerado suficiente pela APP-Sindicato. “O processo exige formação continuada do professor, não existe contratação automática”, destaca Márcio Ribeiro.

Outro ponto de preocupação da categoria está no número de contratados: 4 mil previstos no edital. A SEED já afirmou que esse número deve ser ampliado, mas não se sabe se chegará aos 20 mil atuais, o que leva a crer no fechamento de muitas turmas pelo Estado.

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