A partir de hoje e pelos próximos 15 dias, apenas serviços essenciais podem funcionar entre 23h e 5h; secretário classifica medida como “bem-vinda”
Cecília França
No primeiro dia do toque de recolher decretado pelo Governo do Estado, o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Londrina trouxe quatro novos óbitos por Covid-19. Uma das vítimas foi um homem de 38 anos; as outras tinham 64, 67 e 74 anos. Todas apresentavam comorbidades. O novo decreto estadual vai vigorar por 15 dias, durante os quais fica proibido circular pelas ruas entre as 23h e as 5h, com exceção dos trabalhadores de serviços essenciais.
Na manhã desta quarta-feira o secretário municipal de saúde, Felippe Machado, confirmou a adesão de Londrina ao decreto, que classificou como bem-vindo. a fiscalização do toque de recolher ficará a cargo da Polícia Militar, com reforço da Guarda Municipal “se assim necessário”.
“São os jovens que, via de regra, estão nas ruas, estão em baladas, em festas clandestinas (nesses horários). Então, o objetivo do Estado nesse momento é restringir a circulação de pessoas e, consequentemente, diminuir a velocidade de transmissão. Toda medida que vem nesse sentido de colaborar é muito bem-vinda”.
Como já vigora um decreto municipal que estabelece o fechamento de bares e restaurantes às 22h, com tolerância de uma hora, na prática talvez a rotina dos londrinenses, oficialmente, não mude muito. O secretário, no entanto, acredita que a medida possa incentivar mudanças práticas.
“Na prática, o que eu vejo que o Estado, de forma acertada, tenta coibir, são ações que não estão liberadas. (…) festas, churrascos, aglomerações, boates, baladas, nada disso está liberado, seja a hora que for. Então talvez, a partir do momento que a gente tem uma regulamentação de cunho estadual, de forma prática talvez cause um pouco mais de restrição na população”, afirmou.
O toque de recolher também pode refletir positivamente na ocupação dos hospitais. “De forma indireta acaba reduzindo o número de acidentes, de baleados, de esfaqueados, que consequentemente lotam as emergências dos hospitais em todo o Estado”, completou o secretário.
Dados de Londrina
Na coletiva, o secretário também reforçou dados que posicionam Londrina em uma situação mais confortável que outros municípios do Estado, como Curitiba, Maringá e Cascavel. Ele reiterou que o pico da pandemia na cidade ocorreu no final de agosto, mas avisa, no entanto, que isso não isenta a população de cuidados.
“A gente reforça que é um processo dinâmico, as pessoas têm que se cuidar. O fato de ter leitos não é um salvo conduto para você sair e fazer o que quiser. Não é esse o pensamento que as pessoas devem ter”. O boletim epidemiológico de outro mostra 385 casos ativos, 178 novos confirmados e um acumulado de 358 óbitos.
Leitos de volta
Hoje o Estado confirmou a reativação de 45 leitos Covid no Hospital Universitário de Londrina. Até sexta-feira estarão funcionando novamente 10 leitos de UTI adulto, 9 leitos de UTI pediátrica e 26 leitos de retaguarda clínica.
De acordo com a assessoria do HU, a média de ocupação de leitos de UTI Covid tem se mantido acima de 92%, assim como se observa o “aumento exponencial da ocupação de leitos de retaguarda clínica”, o que tem resultado no agravamento do contexto de superlotação do Serviço de Urgência e Emergência do HU. A reativação dos 45 leitos é igualmente importante, reforça a assessoria, para se garantir condições seguras do ponto de vista da prevenção da disseminação da infecção dentro do hospital.
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