Sim, o Natal chegou.

Não, não é Abril mais.

O ano voou

E os dias trancados

Fizeram parecer que durou menos

Muito menos.

De tal forma

Que o espírito natalino

Ainda está sendo procurado.

Se o senhor entrar em casa

Saí no mínimo enxotado a tapas

Porque nem minha família veio.

180 mil famílias

Que reunidas ou não

Carecem de motivos para celebrar

E celebraremos o que?

Mais um Natal

Com um presidente que zomba os mortos?

É triste

É quase sádico encarar a realidade

Em um período vivido de irrealidades.

Mas ela está aí

Sobre todos nós

Cadê aquele abraço gostoso

Pelo qual você esperava o ano todo?

Até onde eu lembro

Google Meet não tem a função abraço

Whatsapp não tem a função cheiro

Zoom não tem o prazer do toque

Nenhuma tecnologia

Tem o que a gente precisava agora.

Um abraço de esperança.

Você tem como conseguir isso pra mim?”

Feliz Natal a todos, ou o mais próximo disso que nós conseguirmos.

Sozinhos em casa, amaldiçoando a família que se reuniu ou apenas com aquela pessoa especial, todos nós vamos refletir muito esse Natal. Sobre a vida ou sobre o que nos cerca, sobre o que realmente importa e sobre os abraços que nos faltam. Esse definitivamente é um nascimento de Jesus que marcará a nossa história (talvez não pelos mesmos motivos que a Igreja gostaria).

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