Cecília França

Terminou na última segunda-feira (28) a quarentena na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II) após o surto de covid-19 descoberto no dia 12 de dezembro. No total, 49 detentos e 14 servidores foram contaminados. Quatro funcionários permanecem afastados. O surto na PEL II foi o segundo em unidades prisionais de Londrina. O primeiro ocorreu no Centro de Reintegração Social (Creslon), no mês de setembro, quando 125 pessoas testaram positivo para a doença. A unidade abriga detentos em regime semiaberto.

De acordo com o coordenador regional do Departamento Penitenciário Estadual (Depen), Reginaldo Peixoto, atualmente cinco agentes penitenciários estão com covid-19 na cidade. Outros cinco servidores encontram-se afastados por isolamento familiar, sendo um da área da saúde. Ontem (29) um agente morreu em decorrência da doença.

“Estamos trabalhando muito para controlar a pandemia”, garante Peixoto.

Até agosto Londrina não havia registrado nenhum caso de covid-19 entre detentos nem entre agentes penitenciários. Para o Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), o fato de agentes terem sido designados para acompanhar detentos durante internações em hospitais facilitou a entrada do vírus nas unidades.

“No início estávamos muito bem, mas tudo caiu por terra com a determinação do agente penitenciário ficar nos hospitais“, argumenta Daniel Molina, diretor disponibilizado do Sindarspen em Londrina. Ele relaciona o fato de o Creslon ter sido a primeira unidade a adotar a medida e também a primeira a sofrer com um surto de covid-19.

“Um dos agentes passou para pai e esposa e o pai infelizmente faleceu”, lamenta. Segundo ele existem cerca de 400 agentes penitenciários atuando na cidade, onde mais de 3,1 mil pessoas encontram-se detidas.

Peixoto, do Depen, diz que todos estão em risco na pandemia e que o transporte dos detentos para hospitais é feito por um serviço de escolta. “Caso fique internado, aí vai um agente da unidade”.

Óbito

Marcos Teixeira. Foto: Divulgação

O servidor Marcos Paulo Teixeira, 46, faleceu uma última segunda, vítima da covid-19, após vários dias internado. Ele atuava na Casa de Custódia de Londrina.

O Sindarspen divulgou nota lamentando a morte do agente na qual afirma “O policial (penal) estava internado há dias, após contrair a doença quando fazia o transporte para o hospital de um preso contaminado da Casa de Custódia de Londrina”.

Marcos tinha 46 anos, sendo 12 dedicados aos sistema penitenciário do Paraná. Ele deixa esposa e duas filhas.

À Lume, Reginaldo Peixoto, do Depen, também lamentou a morte: “O que aconteceu com nosso agente foi uma tragédia, estamos todos sentindo muito, ele era uma ótima pessoa”.

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