Por Antonio Rodríguez*
A barbárie estampada
Em estampidos ressonantes.
Pretos em desespero
Suas vidas em risco
Por se recusarem a ser
A carne mais barata do mercado.
E a carne mais cara
Continua sempre cara
E eles reclamam e clamam
Para ser ainda mais cara.
Água escorrendo
Por dutos lacrimais
Não é gás lacrimogêneo
É mais um corpo que cai
Mais um irmão preto que se vai.
A revolta é justificada
Corpos pretos se vão
Genocídio em curso
Não são vias de fato
São fatos escrachados em via pública.
Parece irreal
Que nessa esfera mortal
Está no nosso âmago carnal
Uns tem medo da morte
Por sair de casa
E viver a vida
E outros tem certeza de vida
Enquanto desafiam os poderes
Que eles juram apoiar.
Supremacia Americana
A maior democracia do planeta
Em nome de Petróleo
Espalhando seu governo igualitário
Ou é o contrário?
Se perderam no personagem
Se é que havia um.
Seja negro
Passeie em frente ao Capitólio
E veja as miras apontadas no seu coração.
Seja branco (ou laranja)
Invada o Capitólio
Seja um presidente mimado
E nada acontecerá.
Alguém pergunta onde está o Clark Kent quando o Superman aparece? Então porque se questionar onde está a polícia quando supremacistas brancos invadem o Capitólio?
A barbárie está estampada. O poder tem uma cor e quem a possui tem a certeza disso, se aproveitando disso para fazer o que quer, quando quer e como quer.
O impenetrável centro do poder americano, ou só eu acumulei livros, filmes e séries que ressaltam e reforçam esse ideal. Alguém precisa urgentemente rever seu personagem e perceber que o Capitólio não é branco só por fora.
*Antonio Rodríguez, 17, estudante e poeta nas horas vagas (e algumas ocupadas também). Apaixonado pela vida, faz o máximo para transformar tudo em poesia. Mantém o Instagram @a.poetizando.me
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