Homem seria o responsável por dois assassinatos na capital e outro em cidade catarinense; Aliança LGBTI vê homofobia como motivação

Cecília França

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) divulgou neste domingo a foto do homem suspeito de cometer três latrocínios contra homossexuais entre os dias 16 de abril e 4 de maio, sendo dois em Curitiba e outro em Abelardo Luz (SC). José Tiago Correia Soroka possui mandados de prisão temporária em aberto pelos crimes. Ele é responsável pelas mortes de David Júnior Alves Levisio, de 30 anos, ocorrida no dia 27 de abril, e Marco Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, morto no dia 4 de maio, ambos na capital paranaense. Também é suspeito do latrocínio contra Robson Olivino Paim, de 36 anos, em 16 de abril, em Abelardo da Luz.

Ainda no dia 11 de maio, de acordo com a PCPR, Soroka tentou matar outro homossexual, no bairro Bigorrilho, também em Curitiba. Na ocasião, a vítima conseguiu resistir ao ataque, mas teve alguns bens roubados. As três vítimas eram homossexuais e moravam sozinhas. Todos foram encontrados mortos na cama de suas residências com sinais de asfixia. 

De acordo com as investigações, o suspeito marcava os encontros por aplicativos de relacionamento. Em um primeiro momento, trocava fotos com as vítimas e, posteriormente, se deslocava até a residência dela. Ao chegar ao local, cometia o assassinato e o roubo.

Quem tiver informações sobre o paradeiro do suspeito, pode fazer denúncias de forma anônima pelos telefones 197 da Polícia Civil do Paraná, pelo 181 Disque Denúncia ou ainda pelo 0800-6431-121.

Crime por homofobia

A Aliança Nacional LGBTI+ emitiu nota após a divulgação da foto. No texto, diz que o coordenador jurídico da entidade, Marcel Jeronymo, acompanha os casos desde a notícia da morte do jovem Marco Vinício Fonseca. Ele era natural do Mato Grosso do Sul e estudava medicina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Com essa morte, a polícia passou a investigar o que parece se tratar de um assassino em série, que tirou a vida de três gays, que vieram de outras cidades, e moravam sozinhos.”, destaca a nota, referindo-se também às vítimas David Levisio, que era enfermeiro em Curitiba, e a Robson Paim, professor em Abelardo Luz.

Para a Aliança, o modus operandi do criminoso demonstra características de crime por homofobia. O assassino aproveitava-se da vulnerabilidade de aplicativos de relacionamento para, através do anonimato, se aproximar das vítimas e ser convidado para o apartamento de cada um.

Nutrindo um misto de desejo e rejeição a sua orientação sexual, dopava as vítimas quando bebiam algo, amarrava os braços nas costas e, quando desfaleciam, colocava o corpo de bruços e asfixiava com o travesseiro da própria vítima.”, detalham.

A coordenadora da Parada LGBTI de Apucarana e do Vale do Ivaí, Renata Borges, também divulgou nota em que demonstra repúdio a todo ato de violência contra a vida. “Nós acreditamos no direito a vida, e nos últimos 30 dias tivemos casos bárbaros de grande crueldade. Nós, da Parada LGBTI Apucarana, estaremos sempre divulgando e denunciando esses crimes”, finaliza.

Deixe uma resposta

%d