Murilo Eduardo Rolemberg Guimarães atropelou dolosamente a travesti com seu caminhão; crime aconteceu em 2019

Cecília França

O caminhoneiro Murilo Eduardo Rolemberg Guimarães foi condenado ontem (27) a 14 de prisão pelo homicídio qualificado da travesti Patrícia Rafaela dos Santos, ocorrido em 2019, em Sarandi (região metropolitana de Maringá). Guimarães não prestou socorro à vítima e só foi preso um mês após o crime, na Bahia, onde permanece detido no Conjunto Penal de Vitória da Conquista. Ele acompanhou o julgamento de forma remota.

Foram ouvidas quatro testemunhas no julgamento, dentre elas, a mãe da vítima, Simone Pacheco dos Santos. A acusação alegou a comprovação da materialidade e da autoria delitiva do crime de homicídio duplamente qualificado, tendo em vista que o crime foi cometido por motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Já a defesa pediu a desclassificação para o delito de homicídio culposo em direção de veículo automotor. Alternativamente, sustentou a desclassificação para lesão corporal seguida de morte e, ainda, caso reconhecido o homicídio doloso, defendeu a exclusão das qualificadoras.

O anúncio da sentença trouxe alívio para a mãe de Rafaela, como era conhecida. “Não devolve a vida da minha filha, mas deixar uma pessoa dessas sem punição é muito grave”, declarou ela ao portal Hoje Mais Maringá.
Ainda assim, Simone disse que esperava uma pena mais rigorosa, já que houve crueldade e preconceito envolvidos.

“A justiça brasileira precisa olhar com mais atenção para os crimes de ódio e punir exemplarmente”, declarou.

Rafaela tinha 24 anos quando foi morta.

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