Organizada pelo Movimento Nacional da População de Rua, ação conta com três pontos de entrega no Centro e na Zona Oeste

Mariana Guerin

O núcleo londrinense do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) deu início a uma campanha do agasalho para distribuir roupas, meias, sapatos, cobertores e mochilas para a população de rua da cidade antes que comece o inverno, no final de julho.

A Rede Lume é parceira do MNPR e da Universidade Estadual de Londrina (UEL) na ação, que é organizada pela Funcart – Fundação Cultura Artística de Londrina e o Pop Rua e conta com apoio dos projetos Brisa e Faz a Boa e do escritório Advocacia Humanista Carneiro, Vicente & Colli.

Segundo o integrante do MNPR em Londrina André Luiz Barbosa, ainda não há uma data prevista para a entrega das doações ao público, mas o movimento já está recebendo os agasalhos nos pontos de entrega, que são localizados no Centro e na Região Oeste da cidade.

Na Região Central, os locais para entrega são a sede da Funcart, na Rua Souza Naves, 2380, de segunda a sexta das 8h às 20h, e no escritório da Advocacia Humanista, na Rua Goiás, 2456. Lá, o doador deve procurar a Paula ou o Rafael, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Na Zona Oeste, o endereço para entrega das doações é a Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Rua Serra do Frade, 53, de segunda a sexta das 8h às 12h.

“Estamos definindo ainda o dia da entrega, mas o público que será beneficiado será a população de rua. A intenção é que as doações cheguem aos usuários o mais rápido possível. Ontem mesmo já fizemos uma entrega de agasalhos na área central de Londrina. Terminamos uma entrega e vimos a necessidade de já começar outra”, comenta Barbosa.

Segundo ele, a campanha tem necessidade de todo tipo de roupa. “Acreditamos estar com mais de 1,2 mil pessoas que vivem em situação de rua na cidade”, calcula o voluntário, citando que a maioria ainda são homens.

Para a advogada Paula Vicente, que atua no escritório Advocacia Humanista, que é um dos pontos de captação das doações, “a campanha do agasalho deveria servir não apenas para ajudá-los a não sentirem frio, mas como janela para que as pessoas passem a enxergar o povo da rua como seres humanos, detentores de dignidade e direitos, que devem ser protegidos e amparados, não só pela população, como principalmente pelo Estado”.

“Esse é o nosso objetivo profissional, inclusive, fazer com que todos os seres humanos sejam acolhidos, enxergados e amparados com dignidade e respeito, pelas instituições e por toda a população”, declara Paula, que já trabalhou com a população em situação de rua em algumas oportunidades, enquanto seu escritório coordenava a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, “como no caso da colocação de grades na rodoviária”, lembra.

“Vimos seu número aumentar e as condições de vida e humanidade piorarem nos últimos anos. As políticas públicas são falhas, desencontradas e acabam tendendo para uma higienização e não olham de verdade para a população que vive na rua”, opina.

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