Por Antônio Rodríguez*

A maior saudade do brasileiro
Eu não preciso dizer qual é
Simplesmente sei que surgiu em sua cabeça
Todos nós temos a mesma saudade
O cheiro de quentão
Vindo de lugar algum e de todos os lugares
Invade e toma nossas narinas
E nos transporta a outro tempo.

Se soubéssemos que seria a última
Teríamos aproveitado mais?
Nos divertido mais?
Nos contido um pouco menos?
Mandado um correio elegante
Para aquela pessoa especial

Ou aproveitado mais as comidas?
Alguém explica
Porque em casa elas não tem o mesmo gosto?
Simplesmente não é possível que seja tão bom
Saudades do bolo de milho
Uma canjica para espantar o frio dos ossos
Você abrindo uma pamonha
Como um presente de Natal que você já sabe o que é
O pinhão e amendoim no forno
O perfume natural da época.

Ou então
Por que eu não aproveitei mais a dança?
Dançar sem saber
Se perder na narrativa que é mentira
Voltar para casa mais cansado que no carnaval
Eu sei que todos temos saudades disso.

E por fim
Mas não menos importante
Saudades de sair com 5 graus na rua

E morrer por causa de todo o calor humano
Impossível passar frio no São João
Com a fogueira iluminando o céu
A noite virava dia…

Nenhum de nós se tocou que uma pandemia quarentenado em casa significava perder a festa junina e, embora sejamos o país do carnaval e futebol, um bom brasileiro não troca um São João por nenhum desses. E eu sinto saudades até da danças ensaiadas de festa junina que outrora eu odiava.

*Antonio Rodríguez, 18, estudante e poeta nas horas vagas (e algumas ocupadas também). Apaixonado pela vida, faz o máximo para transformar tudo em poesia. Mantém o Instagram @a.poetizando.me

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Lume Rede de Jornalistas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading