Organizado por Renata Borges, ato pede a descentralização do atendimento para transexuais e travestis, hoje ofertado somente em Curitiba
Cecília França
Arte em destaque: Renata Borges
Ativistas dos direitos LGBTQIA+ promovem neste sábado (17) uma manifestação artística pela descentralização da oferta de hormonoterapia para pessoas transexuais e travestis no Estado. Hoje, o serviço é centralizado em Curitiba, no Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis e Transexuais (CPATT), o que dificulta o acesso desta população. O ato artístico ocorre às 15h, em frente à casa do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, em Apucarana.
Segundo a ativista e transfeminista Renata Borges, idealizadora do ato, o objetivo é chamar a atenção para o problema, que, conforme ela, pode ser facilmente resolvido.
“É um tratamento muito simples, mas eles burocratizam demais. Nas 399 cidades do Estado, é centralizado apenas em Curitiba. Eles querem que a gente utilize o TFD (Tratamento Fora do Domicílio), mas é algo muito simples. Se não for fazer para todas as cidades, manda esse hormônio para as 22 Regionais de Saúde e as prefeituras buscam para as cidades”, sugere.
Renata conta que, sem acesso facilitado ao tratamento correto, homens e mulheres transexuais acabam fazendo a aplicação por conta, colocando a saúde em risco. “É muito desumano. A gente fica sendo negligenciada, sem acesso a saúde, sem tratamento médico, tomando hormônio por conta própria, mesmo sabendo que pode dar trombose, problema no coração…”, relata.
Questionamos a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre a possibilidade de descentralização do CPATT e recebemos em retorno a informação de que a unidade de Curitiba terá seu atendimento ampliado em 50%, mas nada sobre a interiorização do atendimento. De acordo com a Sesa, desde 2013 o CPATT atendeu cerca de 850 pessoas, das quais 400 permanecem em acompanhamento.
Londrina
Em fevereiro, logo após sua criação, a Frente Trans de Londrina apontou como prioridade a busca por uma unidade do CPATT para a cidade. Na oportunidade, a Sesa confirmou à Lume que consta no planejamento a abertura de uma nova unidade no Estado, mas ainda sem confirmação do local.
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