Segundo defesa, Fábio Brateck estava desarmado quando foi atingido por policiais
Nelson Bortolin
O exame residuográfico de pólvora nas mãos de Fábio Brateck, 32 anos, morto pela Polícia Militar no dia 15 de março, em Londrina, deu negativo. Segundo o advogado Joede Henrique de Assis, que representa a viúva Ana Caroline Mariz, o resultado comprava que o jovem não efetuou disparos de arma de fogo conforme sustenta a PM.
De acordo com a Polícia, durante uma perseguição, Brateck teria feito um disparo de pistola contra os policiais e tentado atirar mais vezes, mas a arma teria travado. A PM então reagiu e o atingiu com quatro balas na cabeça. O caso ocorreu no Jardim Paulista (zona norte de Londrina) e Brateck morreu no local.
A viúva sustenta que a Polícia estava no bairro em busca de um irmão do jovem e o teria perseguido e matado por engano. Ela garante que Brateck não estava armado.
“Se a PM matou o Fábio no lugar do irmão ainda é prematuro dizer, mas o exame prova que não houve disparos por parte dele. No processo, vamos provar que ele nem estava armado”, afirma o advogado.
De acordo com Assis, ao contrário do que a PM alega, Brateck trabalhava com carteira assinada (era encarregado numa empresa de revestimentos de piscina) e não tinha relação com o tráfico de drogas. “Não é verdade que a vítima era chefe de tráfico e tinha diversas passagens pela Polícia. Ele teve apenas uma passagem, ficou preso por dois anos, saiu da cadeia (em 2016) e nunca mais se envolveu com nada ilícito.”
Assis declara que Brateck chegava a ficar “de 30 a 40 dias” viajando a trabalho, não tendo como ser chefe do crime. “Ficava três, quatro dias em Londrina e voltava a viajar. Como poderia chefiar o tráfico? Que traficante é esse que vivia numa casa humilde e andava a pé, não tinha nenhuma moto para se locomover?”, questiona.
A Rede Lume tentou contato com a Polícia Militar para tratar do resultado do exame, mas não obteve retorno do 5º Batalhão.
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