Sindicato Independente promove ato no Conjunto Cafezal, enquanto Coletivo de Sindicatos e Comitê Unificado se reúnem na feira da Saul Elkind, na Zona Norte
Cecília França
Foto em destaque: Ato realizado em Londrina em julho de 2021/Isaac Fontana
Londrina terá dois atos neste domingo, 1º de maio, Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. O Sindicato Independente de Trabalhadores (SIT) convoca para manifestação no Conjunto Cafezal, zona Sul, a partir das 9h. No mesmo horário tem início ato promovido pelo Coletivo de Sindicatos e Comitê Unificado, na feira da Saul Elkind, zona Norte da cidade.
Embora mobilizados em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, os dois atos têm posicionamentos políticos divergentes. Defensores do socialismo revolucionário, os integrantes do SIT pretendem resgatar a memória de luta e organização da classe trabalhadora “não só no Brasil, mas no mundo todo”, explicam à Lume.
Eles pretendem dialogar com os moradores do Conjunto Cafezal, “que é um bairro proletário (onde a maioria é povo trabalhador), sobretudo acerca da necessidade de reivindicar necessidades imediatas da nossa classe, especialmente alimentação, moradia, transporte, renda e vida digna”.
“Precisamos conversar com nosso povo e mostrar que não é sobre culpa individual ou mérito o que está acontecendo hoje. A fome, a miséria, desemprego, a falta de expectativa e de esperança são causadas diretamente pelo Estado brasileiro e pelos mega empresários que impõem sua ditadura capitalista sobre nós. Não devemos e não podemos aceitar como algo natural.”, defendem.
O ato tem como parceiros Movimento Autônomo Popular (MAP), Força Autônoma Estudantil (FAE) e Alternativa Popular (AP), seguindo luta nacional construída pela FOB (Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil).

Movimento critica polarização nas eleições
Para o SIT, a possibilidade de derrota do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de outubro não representa uma conquista imediata para o trabalhador. “A política nacional em outubro, tragicamente, tende a ser arrastada pela lógica das eleições, momento em que as pautas da ‘grande’ política buscará se sobrepor sobre as urgências e necessidades imediatas da classe trabalhadora.”, condenam.
Para os militantes, “A polarização será com um candidato de extrema direita, anti povo e que defende uma agenda abertamente favorável à ditadura dos ricos e, do outro lado, de um liberal progressista, que embora defenda uma agenda social mínima, busca domesticar os movimentos sociais e docilizar sobretudo o sindicalismo (e vem conseguindo na última década, infelizmente)”.
O SIT e seus parceiros, no entanto, defendem o enfrentamento da classe trabalhadora. “As necessidades urgentes da classe trabalhadora estão em primeiro lugar, sempre. Lutamos e lutaremos por meio da ação direta das massas, com greves, piquetes e ocupações, de forma coletiva e organizada, para conquistar nossas vitórias.”, explicam.
Comitê e Coletivo apontam carestia e precarização
O Coletivo de Sindicatos, juntamente com o Comitê Unificado, organizam protesto, a partir das 9h, em frente à Feira da Avenida Saul Elkind, na zona Norte, próximo do Centro Esportivo do Conjunto Maria Cecília. A programação contará com um carro de som, por meio do qual haverá falas de lideranças sindicais e de representantes de vários movimentos sociais.
As principais pautas estão relacionadas ao desemprego, fome, carestia e a política de desmonte de direitos dos trabalhadores pelo governo Bolsonaro. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Londrina e região, Valdir de Souza, neste primeiro de maio, os trabalhadores não têm nada a comemorar.
“Temos de ir para a rua para mostrar nossa revolta com o preço dos alimentos, da gasolina, do gás e do desemprego que tem levado milhões de pessoas à miséria total, sem moradia, sem comida, sem esperança. Nosso país nunca viveu uma situação tão terrível como esta, por isso queremos convidar toda a população para protestar com a gente e gritar fora Bolsonaro”, declarou o sindicalista.
O representante do Comitê Unificado e economista, Venancio de Oliveira, explica que o governo de Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes colocou a classe trabalhadora numa situação de muitas inseguranças.
“Temos medo de acordar sem trabalho e não conseguir comprar o mínimo para sobreviver. Temos trabalhadores e trabalhadoras que vivem com um quarto de salário mínimo. Hoje no Brasil, são 42 milhões de pessoas na extrema pobreza. Londrina chegou a ter cerca de 69 mil pessoas em situação de extrema pobreza, um crescimento de 35% nesse governo”, diz o economista.
(Com informações da assessoria do Coletivo de Sindicatos)

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