Trabalhadoras rurais que moram em assentamento do MST promovem o cultivo de alimentos agroecológicos na região de Londrina

Da Redação

Fotos: Juliana Barbosa/ MST-PR

A Associação das Mulheres Camponesas do Assentamento Eli Vive (AMCEV), localizada em Londrina, Norte do Paraná, recebeu menção honrosa no Prêmio “Espanha Reconhece – Mulheres Rurais”, da Embaixada da Espanha. A premiação ocorreu na manhã da última quinta-feira (28/4). Ao todo, foram mais de 480 experiências inscritas.

O prêmio tem como objetivo visibilizar as experiências coletivas mais relevantes apresentadas por mulheres trabalhadoras rurais: pescadoras, agricultoras, quilombolas ou extrativistas. A iniciativa é desenvolvida pelo Escritório da Agricultura da Embaixada espanhola, em parceria com a ONU Mulheres e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Trabalhar a agroecologia e levar um prêmio de menção honrosa é um orgulho muito grande para nós. A gente sabe que o tema agroecologia é um tema muito difícil, é uma consciência não somente de não usar o veneno, é uma consciência de produção de vida mesmo, é produzir o nosso alimento, a nossa comida com qualidade, com sementes de primeira”, comemora Sandra Ferrer, uma das coordenadoras estaduais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná e uma das fundadoras da AMCEV.

A Associação de Mulheres do Eli Vive se formou a partir de um coletivo de mulheres camponesas que começou a discutir a relação com os consumidores, a qualidade da alimentação e a inclusão de produtos agroecológicos no mercado.

A iniciativa também buscou fomentar a renda familiar e a igualdade de papéis entre os gêneros, voltadas para o sistema de economia solidária.

Projeto “Sacolas Camponesas” começou em 2017

Em 2017, o grupo formalizou a Associação das Mulheres Camponesas do Eli Vive com cerca de 20 integrantes, e criou o projeto “Sacolas Camponesas” com a Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Por meio dessa parceria, o coletivo avançou na produção de alimentos agroecológicos, livres de agrotóxicos, e na construção de um mercado solidário, com geração de renda e promoção da qualidade e segurança alimentar e nutricional.

“São cinco anos que nós trabalhamos com isso. Quando a gente começou isso lá atrás, quando conseguimos montar os quintais produtivos para essas camponesas, a gente não sabia se iam conseguir, se iam ter força, sem usar veneno. Hoje é uma alegria muito grande poder mostrar para a sociedade e reforçar para nosso povo sem terra que a agroecologia é o caminho, é comida de verdade na mesa e que tem muita gente reconhecendo isso”, completa Sandra.

As agricultoras também têm se mobilizado para mutirões em torno do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, especialmente em ações de recuperação de nascentes.

Outra ação nacional da qual as camponesas fazem parte é a campanha de solidariedade do MST, com partilha de alimentos agroecológicos com famílias urbanas que enfrentam a fome. Milhares de famílias sem terra do Paraná receberam mais de 960 toneladas de alimentos desde o início da pandemia, em 2020.

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