Com capoeira, oficinas, discotecagem e debates, evento acontece no próximo sábado (14), no Canto do MARL, das 9h às 17h
Mariana Guerin
Fotos: Divulgação
O Feirão da Resistência e da Reforma Agrária, que durante toda a pandemia funcionou de forma virtual, retorna ao calendário de eventos presenciais de Londrina no próximo sábado (14). O evento começa às 9h e segue até às 17h, na Vila Cultural Canto do Marl, na Avenida Duque de Caxias, 3241.
Resultado de uma articulação entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR), o evento já está em seu quarto ano e reúne cerca de 20 artesãos e artesãs, produtores e produtoras da economia criativa e solidária, produtores da reforma agrária, além de artistas responsáveis pela programação cultural.
“Para nós, o período da pandemia foi desafiador. O Feirão já era um evento tradicional, mas nós precisamos organizar um sistema de vendas online, dialogar com o nosso público por meio das redes e fazer entregas em residência pelos últimos dois anos”, conta a agricultora Jovana Cestille, uma das organizadoras do evento.
“Esse retorno ao presencial só é possível agora porque nós nos cuidamos e cuidamos do nosso público durante esse período”, avalia Jovana.

Feirão da Resistência tem programação extensa
A programação tem início às 9 horas, com oficina de jardinagem agroflorestal, ministrada por Onair Ruano (Pachamama) e Davi Costa (Eli Vive). Na sequência, às 11 horas, tem início a Roda de Capoeira Angola, com o grupo CECA, da Casa da Vila.
Ao meio-dia, o coletivo do MARL se organiza para um debate sobre os dez anos do Movimento de Artistas de Rua de Londrina, em uma conversa sobre a história do movimento e a importância da arte pública.
A partir das 14 horas, a jornalista Janaína Ávila, apresentadora do programa Mundo Sonoro, da Rádio UEL, iniciará uma discotecagem para o público, que segue até às 17 horas. Será a primeira vez dela na programação do Feirão.
‘Feirão é um lugar onde me sinto livre’
“Conheço o Feirão e gosto muito. Ele é importante não só pela oferta de produtos, mas pelo que cada um dos expositores representa. É uma oportunidade de conhecer o trabalho de quem trata a terra como ela merece ser tratada, de quem produz qualquer coisa, a partir do que acredita, a partir da sua própria filosofia de vida”, comenta Janaína.
Para ela, discotecar no Feirão é uma “honra”. “É um lugar onde me sinto livre, onde sei que posso aprender muito a partir de vivências que não foram e não são minhas. É um lugar de escuta, é um lugar de trocas justas. E para mim, é uma honra poder ser acolhida pelo Feirão, ter a oportunidade de levar o meu mundo feito de música que traduzem muito do que penso, espero, brigo, defendo.”
“A música do mundo não tem fronteira e carrega muitos valores que são comuns a gente de todo o mundo. São as mesmas dores, as mesmas batalhas, as mesmas injustiças e o mesmo amor pelo território, pela tradição ligada à ancestralidade. A música que tem essa capacidade de mexer com a gente mesmo sem entendermos uma palavra do que está sendo dito, por exemplo”, explica jornalista.
Ela quer tocar música “de todo canto” no Canto do MARL, “mas com um carinho especial para a América Latina. Música para quem quiser dançar, poder dançar muito, mas também para quem for a fim só de viajar com a escuta, livremente. O Feirão também é isso para mim, liberdade”, diz.
O Feirão deste sábado contará ainda com o lançamento do livro “Cianureto”, da londrinense Isabela Cunha, e uma oficina de tricotagem coletiva, com o coletivo “Tricotaço”, que acontece ao longo de toda a programação.
Evento terá lançamento de livro e ‘tricotaço’
“O Feirão se constitui desde o princípio como um espaço de resistência. Nós nos organizamos junto ao MST na perspectiva de que o público não esteja conosco só para consumir, mas também para encontrar pessoas, ter acesso a trabalhos artísticos da cidade e conhecer o trabalho de produtores e artesãos da nossa região. Retomar o presencial é um momento de resgatar, também, esses nossos objetivos”, afirma Josemar Lucas, do Movimento de Artistas de Rua.
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