Arte, música e militância marcaram o evento, realizado pela chapa concorrente ao DCE

Isabely Ramos, especial para a Rede Lume

O Sarau do Fim do Mundo ocorreu na última quinta-feira (12), na praça do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O evento marcou o retorno das atividades artísticas na praça, após a pausa de dois anos por conta da pandemia de covid-19.

A ação foi realizada pela “Chapa 1/ De cabeça em pé”, chapa única, concorrente à diretoria do Diretório Central do Estudantes (DCE) da universidade neste ano. Das 18h às 22h o evento contou com apresentações artísticas, venda de doces, botons, imãs, feira de livros e brechó ao ar livre.

Stella Gonçalves Pinheiro, estudante de Relações Públicas (RP) da UEL, candidata à presidência da chapa 1 e uma das idealizadoras do sarau, relata que o objetivo do evento foi trazer os estudantes da instituição para mais perto da chapa e fazer com que eles votem nas eleições do DCE, marcadas para esta terça e quarta-feiras (17 e 18), dando mais legitimidade ao processo. As pautas da chapa estão focadas principalmente na permanência estudantil dos ingressantes.

Confira reportagem em vídeo:

O sarau

A abertura do evento ficou por conta da DJ e cantora Ariel Trippy, formada em Artes Cênicas pela UEL, que destacou a importância do evento. “É muito importante toda a movimentação que estamos fazendo hoje, não só hoje, mas pelo resto da nossa vida, a gente tem que ocupar os nossos lugares, que são nossos por direito”.

Em seguida, quem ocupou o palco do sarau foi o DJ Damião Mili-anos, que criou o projeto Freestyle de Rua em 2017, com o objetivo de levar o rap improvisado para as escolas, ruas e praças públicas de Londrina e região.

No decorrer do evento ocorreram intervenções artísticas com slams compostos por mulheres, que trouxeram poesias fortes, relatando sobre abuso, padrão feminino, sociedade patriarcal e a resistência em meio a diversos desafios. 

Às 19h começou o Freestyle do Conhecimento com integrantes do projeto Freestyle de Rua, conhecido popularmente como batalha de rima. Nessa improvisação corre uma regra diferente: não pode haver a presença de palavrões nas rimas. O intuito é levar conhecimento para os ouvintes.

Logo após os artistas puderam apresentar seus lançamentos e cantar canções que já foram lançadas. Nesse momento quem subiu ao palco foi Venezian,compositora de “Tempos Obscuros” e muito conhecida nas batalhas de freestyle de Londrina, e Nene Ls, compositor de “Preciosa Vida” e de uma parte do funk “Favela pede Paz”.

Para a estudante de psicologia da UEL, cantora e participante do projeto Freestyle de Rua, Ligia Braga, conhecida artisticamente como Cleópatra, o evento é muito importante para a instituição, principalmente por levar o freestyle para um ambiente majoritariamente conservador e elitista, o que faz com que a instituição perceba novas perspectivas, leituras e vivências de como é estar no mundo.

Importância

Adilson de Jesus Oliveira, mais conhecido na cena como Adilsin MC, e integrante do projeto Freestyle de Rua, expos sua felicidade e gratidão por estar levando a freestyle para a UEL. “Sou muito agradecido e feliz por saber que a cultura hip hop está nas universidades, nós estamos conseguindo colocar a nossa cara para falar um pouco mais sobre nosso trabalho e nossa cultura, o quanto ela é importante para nossa vida, qual o impacto, o quanto que ajudou a gente”.

O estudante de direito e participante do Levante Juventude Popular, Gabriel Forte, diz que o evento mostra que a universidade deve ser mais diversa, inclusa e que o sarau propõe trazer essa diversidade para dentro da UEL, além de mostrar que a cultura pode ser transformadora.

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