Francisco Luciano Dias, que completaria 30 anos neste 28 de julho, foi morto no final de maio numa ação da PM na Zona Sul de Londrina
Mariana Guerin
Foto: Arquivo Pessoal
A família do cozinheiro Francisco Luciano Dias, morto em um suposto confronto com policiais numa chácara na Zona Sul de Londrina, no dia 30 de maio, procurou a Rede Lume para publicar uma carta em homenagem ao rapaz, que completaria 30 anos nesta quinta-feira (28).
Segundo Patrícia Luciana Dias, uma das irmãs de Francisco, a família está vivendo um drama e pede justiça. Segue a carta, na íntegra:
“Hoje, 28 de julho de 2022, o meu irmão Francisco Luciano Dias completaria os seus 30 anos, se não fosse a injustiça cometida com ele, o levando à morte.
Homem, filho, pai, esposo, tio, primo, neto, cunhado, genro, enfim, um ser humano magnífico.
O meu irmão saiu da sua casa no dia 30 de maio de 2022 por volta das 13 horas e disse à minha cunhada que ia ali e já voltava, nem almoçar almoçou, e ele simplesmente nunca mais voltou.
Recebemos a notícia de que ele teria morrido em um suposto “confronto” com a Polícia Militar, não conseguíamos acreditar que tal coisa pudesse ter acontecido, mas, infelizmente, a tragédia realmente aconteceu, e não foi só a vida do meu irmão que acabou naquela tarde turva, mais dois homens e duas mulheres também foram friamente assassinados como se a vida do ser humano não valesse de nada.
Minha cunhada conseguiu falar com ele às 13h44 da tarde, depois as mensagens não chegaram mais o sofrimento e a dor são imensuráveis, até hoje tem dias que eu não acredito que mataram meu irmão dessa forma tão cruel!
O que fica é a saudade e a certeza de que a justiça será feita, que aos olhos de Deus não a nada que possa se esconder.
Não estamos ‘fazendo drama’, estamos vivendo um.”
Segundo a família, Francisco sempre trabalhou, não tinha envolvimento com o crime e sempre foi “muito querido e amado por todos”. Ele teria começado a trabalhar aos 10 anos de idade, no supermercado próximo à casa da família. Aos 16 anos, foi para a Inglaterra, onde trabalhou e se formou em gastronomia. Retornou ao Brasil alguns anos depois, casou-se e teve dois filhos.
A família de Francisco se uniu a outras de Londrina que iniciaram uma campanha pública por justiça para mortos em ações policiais.
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