Várias doses da vacina minimizam os sintomas e reduzem mortes, mas centenas de brasileiros continuam morrendo vítimas da covid-19 todos os dias

Por Reinaldo Zanardi (publicado originalmente no boletim do Projeto Safety/UEL)

Foto em destaque: Isaac Fontana

A pandemia da COVID-19, no Brasil, continua infectando e fazendo vítimas. Nos últimos seis dias, a média de casos notificados da doença, segundo o Ministério da Saúde, foi de 29.545. No dia 6 de agosto, foram registrados 16.703 novos casos. No dia 5, foram 29.976 casos; 40.433 (dia 4); 33.633 (dia 3); 34.464 (dia 2) e 22.064 (dia 1o).

A média de mortes pela Covid-19 foi de 237,5, nos últimos seis dias. Os números por data são: 181 óbitos no dia 6 de agosto; 222 (dia 5); 261 (dia 4); 265 (dia 3); 295 (dia 2) e 201 (dia 1o). Como se vê, a pandemia não acabou e continua matando centenas de brasileiros todos os dias. Decididamente, não se trata de uma “gripezinha”.

As várias doses da vacina minimizam os sintomas e reduzem o número de mortos, mas a doença não pode ser normalizada e as mortes consideradas meros efeitos colaterais. Trata-se de vidas humanas, que não podem ser perdidas pela falta de medidas eficientes do poder público e pela displicência de muita gente.

Mesmo com a obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados, muitas pessoas dispensam o uso dessa ferramenta, que ajuda a quebrar o ciclo de transmissão de vírus. Com dois anos de pandemia e 679.939 brasileiros mortos, não era preciso voltar ao assunto. O acesso à informação não é garantia de mudança de comportamento. E isso vale para todos os segmentos, dos menos aos mais escolarizados.

O avanço da pandemia, mesmo que em ritmo mais lento, gera ainda mais preocupação, quando se verifica a quantidade de variantes do coronavírus. Segundo informações da Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Paraná registrou – somente em 2022 – a circulação de 31 variantes ou subvariantes do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19.

“Desde novembro de 2020, quando começou a ser feito o monitoramento genômico pela Fiocruz (em parceria com outros laboratórios), já são 91 variantes do novo coronavírus cuja circulação foi identificada no estado a partir da análise de 8.657 amostras do Paraná. A linhagem mais encontrada no estado desde então foi a Gamma (presente em 2.928 amostras), seguida pela Ômicron (2.861) e a Delta (2.082).” As informações são do portal Bem Paraná, do final da primeira quinzena de julho.

Conforme o portal, foi descoberta uma nova variante do coronavírus, a BA.2.75, que tem causado preocupação por causa da sua capacidade de infecção. A variante foi registrada na Índia, nos Estados Unidos e muitos outros países. “Segundo a Associated Press, essa nova cepa pode se espalhar rapidamente e contornar a imunidade de vacinas e infecções anteriores. Não está claro, no entanto, se pode causar doenças mais graves do que outras
variantes da Ômicron.”

Todos os estados da federação estão em pré-campanha eleitoral para deputados estaduais, federais, governadores, senadores e presidente. Nos próximos dias, o país entra oficialmente em campanha e, costumeiramente, surgirão promessas de todos os tipos. Que o eleitor fique de olho em quem fez pouco no enfrentamento da pandemia, sabotou o combate ao vírus e atuou contra a vacinação da população.

O voto é a vacina contra candidatos que menosprezam a vida e cultuam a morte.

*Reinaldo Zanardi é jornalista, licenciado em Língua Portuguesa e doutor em Estudos da Linguagem. Professor do Departamento de Comunicação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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