‘A defesa da democracia é o único caminho capaz de assegurar a diversidade de opções políticas’, aponta professora Andréa Pires Rocha

Cecília França

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) integra nesta quinta-feira, 11 de agosto, um ato nacional de leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, que vai ocorrer simultaneamente em diversas universidades e faculdades pelo país. A carta, elaborada pelo curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP), já conta com mais de 855 mil assinaturas de apoiadores.

Leia a carta completa aqui.

A proposta de leitura da carta chegou ao Conselho Universitário por meio da Comissão “UEL, em defesa das liberdades democráticas, da autonomia universitária, das universidades públicas e do SUS” e foi aprovada em 5 de agosto. Integrante da comissão, a docente de serviço social Andréa Pires Rocha lembra que “a universidade é espaço incondicionalmente democrático, portanto, defender o Estado Democrático de direitos é nossa responsabilidade.”

Ela aponta que o trecho final da ‘Carta às brasileiras e aos brasileiros…’ – “Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos às brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições” – conclama toda a sociedade para se fortalecer coletivamente nesse compromisso.

“O dia 11 de Agosto será marcado pela mobilização nacional em defesa da democracia. A sociedade civil, organizações populares, movimentos sociais, sindicatos e até o conjunto do empresariado brasileiro – como é o caso da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), estarão defendendo as instâncias democráticas do país e o respeito ao resultado das eleições, como promulga a Constituição Federal de 1988”, lembra Andréa.

O ato de leitura da carta na UEL vai acontecer em dois momentos: às 10h, no Centro de Comunicação, Educação e Artes (CECA), e às 21h no Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH).

Reação a ataques de Bolsonaro

A carta redigida pela faculdade de direito da USP é uma reação aos constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao estado democrático de direito e às eleições. Em um dos últimos episódios, em 19 de julho, durante reunião com embaixadores, Bolsonaro voltou a repetir acusações de fraudes nas urnas eletrônicas sem apresentar quaisquer provas. Em entrevistas ele segue atacando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A insistência no tema aumenta o temor em torno da não aceitação do resultado das eleições de outubro, em caso de derrota, por parte de Bolsonaro e aliados.

Para a professora Andréa, o fato de a carta já ter ultrapassado a marca das 800 mil adesões comprova que o ambiente político nacional “está mobilizado e em efervescência canalizada para a defesa da democracia”. A adesão da UEL ao ato nacional vai possibilitar que os estudantes e a comunidade comprovem que “a defesa da democracia é o único caminho capaz de assegurar a diversidade de opções políticas, pois só existe liberdade quando há democracia”.

“Além disso, a não omissão da comunidade universitária da UEL nos fará participar ativamente de um ato nacional e democrático que certamente marcará a história do Brasil. Estado Democrático de Direito Sempre!”, finaliza.

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