Primeira edição do evento aconteceu na região Sul de Londrina nesta quinta-feira (11)
Cecília França
Fotos: Cecília França
Há meses a empregada doméstica Maria Cristina da Silva Santos, de Londrina, tentava agendar atendimento para a retirada da segunda via de seu documento de identificação. “Nunca conseguia”, conta ela. Nesta quinta-feira (11), durante o 1º Rolê da Justiça, realizado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) na região Sul da cidade, ela resolveu o problema. “Já agendaram para segunda-feira”, comemora.
Facilitar o acesso da comunidade a serviços jurídicos e sociais é a intenção do projeto, formulado por integrantes do poder judiciário e executado em parceria com diversas entidades, forças de segurança e prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS).
“Recebemos mais casos de direito de família e muita procura para regularização de documentação”, explica a juíza Cláudia Catafesta, da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Londrina, idealizadora do evento. “A ideia é aproximar os serviços da população”.
Esta primeira edição ocorreu na sede do Centro de Referências de Assistência Social (CRAS) da região Sul A. De acordo com a coordenadora do serviço, Clarissa Morales, em entrevista ao blog.Londrina, o evento é muito importante para facilitar à comunidade o acesso a esses serviços, uma vez que, para muitas pessoas, o deslocamento para conseguir esses atendimentos é dispendioso.
“Muitas pessoas não sabem como acessar esses serviços, tem muita burocracia. Há também aqueles que não têm acesso à internet e não conseguem fazer cadastros pela web para serviços como agendamento de RG, dentre outros”, pontuou.


Elen Luz, conselheira tutelar na região Sul e uma das articuladoras do evento, diz que houve grande procura também por atualizações no Cadastro Único e para central de vagas em creches. Para ela, a ideia de ofertar acesso a diversos serviços sociais se cumpriu.
“Aqui é o ‘piloto’ para outros territórios. Vamos levar o que deu certo e aprimorar o que precisar”, garante. Quem esteve no evento também pode obter informações sobre outros serviços socioassistenciais e de saúde ofertados no município.
Alunos atendidos pelo Instituto União para a Vitória realizaram apresentações artísticas de música e dança durante o evento. Valdelice Pires Dourado foi acompanhar a filha, de 13 anos, participante do projeto.
“Ela vai se apresentar no coral. Se a mãe não vier, acha ruim”, conta. Segundo Valdelice o projeto, desenvolvido no contraturno escolar, é excelente por ofertar uma diversidade de atividades às crianças. “Tem oficinas, teatro, esporte. É bom que a criança não fica na rua”, celebra.


Entidades divulgam serviços
A ONG Londrina Pazeando se fez presente no evento com os avatares de pacifistas como Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, entre outros, além de promover abraços simbólicos pela paz e contação de histórias para crianças.
Segundo o gestor, Luís Cláudio Galhardi, a ONG pretende levar o projeto de contação de histórias desses personagens para as escolas do município, para que as crianças conheçam personagens reais que lutam pela paz. “Tem os super-heróis, Homem Aranha, Hulk, ok, mas tem outros heróis que levam a sociedade para a paz e que lutaram e protagonizaram coisas incríveis”, ressalta.
Sarai Brito, fundadora do projeto Autimizar, que presta atendimento a famílias de crianças autistas em Londrina e região, esteve no evento para divulgar o trabalho. Mãe de um filho autista de 7 anos, ela diz que a entidade busca ser uma rede de acolhimento, com orientações e também recursos básicos.
“São 30 cestas básicas por mês, doação de roupas, fizemos campanha do agasalho, foram 2,8 mil peças que conseguimos. Então é um trabalho de acolhimento dessa família. Orientação jurídica, social, tudo a custo zero. É uma forma de poder orientar essas mães, que chegam desamparadas. Muitas não têm o pai presente, são mães que abriram mão da vida social, muitas vezes profissional, em função dos filhos”, relata.
Para que informações importantes sobre os direitos dos autistas cheguem a mais pessoas, Sarai acaba de lançar o podcast AutCast, que será veiculado semanalmente nas redes do projeto, em parceria com a advogada Roberta Herden.
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