Fábio Bratek, de 32 anos, foi morto pela Polícia Militar no Jardim Paulista (zona norte), em Londrina, dia 15 de março de 2022. Segundo a mulher Ana Caroline Mariz, 27 anos, a polícia foi ao bairro, onde ela morava com o marido e os dois filhos (4 e 6 anos), em busca do irmão de Fábio, o Sérgio Bratek, que estava foragido. E acabou perseguindo e matando a pessoa errada.
Ana Caroline conta que, naquele dia, o marido havia saído para trabalhar logo cedo. Voltou pouco depois das 15 horas e saiu novamente para comprar pão. Por volta das 16 horas, ela recebeu uma ligação da cunhada dizendo que havia acontecido uma morte na vizinhança. Ana Caroline foi ao local, que já estava interditado pela Polícia. De longe, não conseguiu ver o rosto do marido, mas reconheceu seu tênis.
A mulher conta que deu a volta na quadra e se posicionou em outro ponto, onde conseguiu ver o rosto de Fábio Bratek. Perguntou ao policial o nome da pessoa morta. Ele respondeu: Sérgio. “Eu mostrei a foto do meu marido e perguntei se era ele que estava morto.” O policial confirmou. Então Ana Caroline disse ao PM: “Vocês mataram a pessoa errada. Esse é Fábio, meu marido, irmão do Sérgio.”
Na hora, a mulher diz ter percebido um constrangimento geral entre os policiais. “Fizeram uma barreira entre eles para eu não conseguir mais ver o corpo.”
Fábio foi morto com cinco tiros, dois de fuzil, todos na cabeça.
Ana Caroline alega que o marido estava com documento e crachá da empresa na qual trabalhava. “A polícia não fez abordagem. Se tivesse feito teria visto que era a pessoa errada.”
Exame feito pelo Instituto Médico Local (IML) não apontou a presença de pólvora na mão de Fábio. Para a mulher, a arma encontrada junto ao corpo foi plantada pela polícia. E nela foi identificada a digital de um dos policiais que mataram o jovem
Fábio Bratek cumpriu pena por tráfico. Saiu da cadeia em 2016 e, segundo a mulher, nunca mais se envolveu com o crime. Quando foi morto, estava empregado, com carteira assinada.
Segundo Ana Caroline, a investigação do caso “está bem lenta”. “O juiz deixou os advogados apenas acompanharem o inquérito, sem o direito de fazerem requisições.”
Segundo reportagem da TV Tarobá, a PM realizava patrulhamento de rotina e, durante uma abordagem, Fábio (e não Sérgio) teria sacado uma pistola e efetuada um disparo contra os policiais. “Ele sacou a arma e efetuou um disparo e tentou mais um, só que policiais efetuaram disparos que o atingiram. Apesar da tentativa de socorro, ele morreu no local”, disse à TV Tarobá o tenente-coronel Nelson Villa, comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (BMP), em Londrina.
“A PM então reagiu e o atingiu com quatro balas na cabeça”, diz a reportagem.
A TV afirma que Fábio era um homem “perigoso” e que cometia crimes havia oito anos. Além disso, teria várias passagens pela Polícia. E reapresentou reportagem de 2014, quando o jovem foi preso por tráfico.
Nem polícia nem a imprensa citam qualquer crime praticado por ele após aquele ano. A reportagem não ouviu a família.
https://tarobanews.com/noticias/cidade/morto-em-confronto-cometia-crimes-ha-oito-anos-Vdr4r.html
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