A família da jovem Ketlyn karoline dos Santos Ricci, de 24 anos, ficou totalmente desestrutura após a morte do pai, Wandernilson Ricci, numa abordagem da PM, dia 21 de setembro de 2022. Ele tinha 42 anos.
A polícia diz que Wandernilson recolhia pagamentos do tráfico de drogas na zona norte de Londrina e teria fugido com seu carro ao perceber a chega de viaturas. Segundo a PM, numa certa altura da perseguição, ele saiu do veículo e passou a trocar tiros com os agentes, que tiveram de matá-lo.
No dia da morte, Ketlyn foi até o local para ter certeza de que era seu pai. “Eu queria chegar perto para ver se era ele é a polícia me xingou. Não deixavam eu me aproximar, me chamaram de vagabunda e apontaram armas para mim”, relata.
Depois que a polícia foi embora e o corpo do pai foi removido, a jovem andou pelo local. “Havia pedaços de cérebro do meu pai no chão de tanto que eles bateram nele”, conta.
Ketlyn não admite o envolvimento do pai com o tráfico. “Atualmente, ele estava vendendo cigarro no calçadão.” E já havia sido ameaçado pela polícia. “Um certo dia, indo embora, a polícia abordou ele. Foram bem agressivos e prometeram que a hora dele ia chegar”, declara.
Não foi a única vez, segundo ela. “Um certo dia perseguiram meu pai até a casa dele e assim que ele parou o carro, a polícia parou atrás e começou a bater nele, rasgou a blusa dele. Meu irmão mais novo saiu para fora correndo e chorando. Assim, a polícia parou e foi embora.”
Dias depois, ele foi morto. Na versão dela, a polícia fez eu pai descer do carro numa rua vazia e batei nele antes de executá-lo.
“Meu pai cresceu em um bom lar. Era batizado e frequentava a Igreja Metodista. Sempre trabalhou. Ele e minha mãe nunca me deixaram faltar nada. Meu pai sempre me incentivou a estudar e fazer cursos. Desde muito cedo, me levava para a escola todos os dias e pra os cursos também.”
Da mesma forma, segundo ela, o pai tratava os dois irmãos. “Ele nos amava muito, sempre expressou os sentimentos dele por nós, dava tantos abraços e beijos que chegava a nos sufocar.”
Com a morte de Wandernilson, a jovem perdeu a vontade de viver. “Foi quando que vi a capacidade da maldade de um ser humano. Ali eu perdi todas as esperanças de que um dia as coisas iriam melhorar no mundo.”
Ketlyn afirma ter crises de ansiedade. A mãe está com depressão e desenvolveu fibromialgia. “Meu irmão de 22 anos chora todos os dias e o meu irmão de 8 anos foi encaminhado para atendimento com psicólogo no Caps Infantil.”
Deixe uma resposta