Com cobertura vacinal baixíssima, secretário de saúde faz apelo: ‘Novas gerações não conviveram com a paralisia infantil, não sabem o mal que essa doença causa

Cecília França

Foto em destaque: Dia D de Multivancação em UBS de Londrina/Emerson Dias-N.Com

Em Londrina, pouco mais de 25% das crianças de até 4 anos receberam a vacina contra a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, até o momento. Em todo o Brasil o índice é de 34%. Um fracasso para um país referência em imunização. Segundo o secretário municipal de saúde, Felippe Machado, Londrina já poderia ter imunizado 90% do público-alvo. A campanha foi prorrogada pelo Ministério da Saúde até o próximo dia 30 na tentativa de reverter esses índices.

Em busca de ampliar o alcance, a Secretaria Municipal de Saúde promove vacinação amanhã, 7 de setembro, em três shoppings da cidade: Catuaí, Boulevard e Londrina Norte. Serão montados pontos volantes das 13h às 19h para imunizar crianças de 1 a 4 anos com a dose de reforço contra a pólio. A depender da aceitação, a ação se repetirá no próximo sábado. A vacina da poliomielite é administrada em gotas.

Em outra ação, nas próximas quinta e sexta-feira equipes da saúde irão até os 86 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) realizar a imunização, em parceria com a Secretaria de Educação. O secretário de saúde expõe preocupação com os dados e ressalta que o mais importante é a conscientização dos responsáveis.

“A nossa capacidade de promover novas iniciativas está muito próxima do fim, o que a gente precisa mesmo é contar com a conscientização. Muitas das novas gerações não conviveram com a paralisia infantil, não sabem o mal que essa doença causa, e não conviveram justamente por conta da conscientização que as gerações passadas tiveram e a gente conseguiu atingir o nível de 95%, 97% de cobertura e, consequentmeente, erradicar a doença”, relembra.

De uns anos para cá, no entanto, a cobertura vacinal, em todas as vacinas, tem caído no Brasil. Em 2021 tivemos a menor cobertura desde 1987. “Como resultado disso, uma reintrodução, por exemplo, do sarampo. O Paraná registrou novos casos de sarampo depois de 25 anos sem nenhum caso confirmado e isso não tem outro motivo senão a baixa cobertura vacinal”, destaca o secretário.

Entenda a doença

A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas.

A infecção pode acontecer por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. A doença permanece endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990. (Fonte: Secretaria de Estado da Saúde)

Outras vacinas disponíveis

Dentro da campanha de multivacinação promovida pelo Ministério da Saúde, há diversas vacinas sendo ofertadas: Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba), Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

Para os adolescentes, estão disponíveis as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B e Meningocócica ACWY (conjugada). As vacinas têm indicação específica para cada idade, assim como para quem não tem o esquema completo, integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e estão registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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