Ao menos três pessoas de Londrina tiveram as prisões mantidas e outras cinco foram liberadas com uso de tornozeleiras eletrônicas

Cecília França

Um mês após os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ao menos três londrinenses seguem presos da capital federal. Outros cinco foram liberados com uso de tornozeleira eletrônica e precisam cumprir uma série de regras impostas pela Justiça, como não se aproximar da Praça dos Três Poderes, se recolher no período noturno, suspensão de registro de arma de fogo e entrega de passaporte.

Os liberados também precisam comparecer, todas as segundas-feiras, em unidades da Justiça Federal. Eles deixaram o sistema prisional com tornozeleiras do Distrito Federal e precisaram trocá-las no sistema estadual.

Segundo o advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa oito moradores de Londrina, não havia provas da participação das pessoas liberadas na depredação dos prédios públicos. “Das que estão presas também não há provas, mas permanecem até realização de perícia nos aparelhos (celulares)”, defende.

Segundo ele, os que conseguiram a liberdade não tinham atividades em redes sociais ou eram inexpressivas. “As que permanecem presas têm, invariavelmente, participação mais ativa nas redes sociais, e entendeu o ministro relator que, por uma visão de cautela, deveria manter a segregação dessas pessoas”, explica.

Enquanto correm as investigações oficiais, o escritório de Vilasboas entrou com novo pedido de liberdade e iniciou uma investigação paralela para levantar informações que isentem seus clientes. Ele representa 35 pessoas de diversas cidades da região, como Londrina, Rolândia, Arapongas, Apucarana e Maringá.

“Na minha visão não tem justificativa legal para a manutenção dessas prisões”, afirma.

Cronologia dos atos golpistas

Desde o dia 8 de janeiro, quase 1,4 mil pessoas foram presas por participação nos atos golpistas. Destas, mais de 400 já foram liberadas com uso de tornozeleiras eletrônicas.

Do Paraná, saíram 33 ônibus para participação nos atos, como mostrou reportagem do Plural. De Londrina foram seis, todos fretados da empresa Viação Cargia Brasil Sul. Os veículos foram encontrados e apreendidos dias depois na garagem de uma empresa em Goiânia (GO).

Um empresário londrinense foi preso no dia 27 de janeiro por suposto financiamento dos atos. Cláudio Mazzia havia sido entrevistado pela Lume no dia 9 de janeiro, quando negou participação no fretamento dos ônibus e apresentou registro de Boletim de Ocorrência por uso indevido de seus dados.

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