Redes sociais são usadas para esclarecer e alertar sobre preconceitos com “fantasias” e atitudes durante o Carnaval
Cecília França
Foto: Reprodução/Notícia Preta
Na semana que antecedeu o início do Carnaval, ativistas e perfis de informação usaram as redes sociais para esclarecer o público sobre o que não fazer durante as festas. São alertas para fantasias ofensivas e atitudes violentas.
A criadora de conteúdo sobre preconceito amarelo, Bruna Fukamoto, de Londrina, foi uma das primeiras a trazer o alerta com o vídeo “Dicas para não ser racista com amarelos no Carnaval”, postado em suas redes sociais. Nele, Bruna dá exemplos de frases racistas direcionadas a nipo brasileiros e ressalta a fetichização em torno das mulheres asiáticas.
A jornalista abordou com profundidade o tema em entrevista concedida à Lume.
O portal Notícia Preta, em seu perfil nas redes, precisou lembrar o óbvio: “Blackface não é fantasia!”. O perfil lembra a origem racista do uso da “blackface”, em 1830, em Nova York, como forma de ridicularizar pessoas pretas.
Em outra postagem, o Notícia Preta lembra mais uma “fantasia” que não deve ser usada: indígena. A postagem explica que se trata do uso de características e ornamentos de um povo para diversão, justamente um povo que teve sua terra e riquezas tiradas pelos brancos. O uso diversional esvazia a luta desses povos.
A Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) também aproveitou a data para educar seus seguidores com a postagem, em parceria com o projeto Colabora, “Está pensando em se ‘fantasiar’ de travesti? Antes, lembre-se…”.
A postagem apresenta dados sobre transfobia no Brasil, o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, e provoca o leitor a pensar: “Primeiramente, é importante se questionar: qual a sua real intenção ao se fantasiar de travesti, mulher – cis ou trans? Você vai reproduzir estereótipos preconceituosos? Vai ridicularizar identidades femininas? Vai ser de forma caricata e hipersexualizada? Se sim, é bom repensar.”
Proteção às mulheres no Carnaval
O portal feminista Revista Az Mina fez uma postagem educativa sobre respeito a todas no Carnaval, além de dicas de segurança para que mulheres cis e trans de todas as orientações possam curtir a festa em segurança. “Curta o Carnaval longe do machismo, racismo e homofobia!”, destaca.
A Rede Lume também abraçou a causa de um Carnaval seguro para todas as mulheres e destacou leis e serviços de proteção que funcionam em Londrina. Confira aqui. E não se esqueça: não é não! No Carnaval e sempre.
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