Você se considera uma pessoa inclusiva? Tipo aquelas que oportunizam momentos de interação com pessoas com deficiência, que buscam saber mais sobre suas histórias de vida e feitos?
Você valoriza ações que promovem a inclusão em diferentes âmbitos e contextos da nossa sociedade?
Sei que ao se deparar com essas perguntas aqui você pode ter pensado em diversas situações que você vivenciou ao lado de uma Pessoa com Deficiência (PCD) e tentou atuar com um agente facilitador.
Por que pensar nessas situações deve ter sido algo comum a todos os leitores dessa coluna? Primeiro porque os PCDs são a maior minoria do mundo, então você provavelmente conhece um. Depois, se você está aqui, possivelmente se interessa por essa temática.
Há ainda um terceiro aspecto, todos nós temos condição e o dever de sermos agentes facilitadores da inclusão de alguém em um contexto ou dinâmica social. Mesmo eu, declaradamente pessoa com deficiência, tenho essa obrigação, quando fazê-lo está ao meu alcance.
E como é bom quando isso acontece. Meu coração, em particular, se enche de alegria e esperança de que isso se torne algo cada vez mais natural às pessoas.
Trabalho com treinamento e desenvolvimento em uma empresa. Lembro-me que há um ano, mais ou menos, recebemos dois PCDs com enquadramento de surdez.
Um ponto de melhoria que identifico em mim é a ausência do domínio da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). Quando soube da vinda desses profissionais, preparei uma apresentação com legendas e procurei a fazer muito mais compassadamente que de costume.
Um outro cuidado foi pedir que escrevessem toda e qualquer dúvida no chat no qual interagíamos, tudo para que dentro das nossas limitações, tanto as minhas quanto as deles, pudéssemos chegar em algo que fosse satisfatório a todos.
Até hoje esses profissionais estão inseridos no ambiente de trabalho e com bons resultados até aqui.
Eu relato essa minha experiência, mas o fato é que podemos ser inclusivos em todas as áreas. Aqui mesmo no site da Rede Lume tive o prazer de ler sobre o grupo Pesadelo Atual, que lançou o clipe de “Ar nos pulmões”, com a inserção de um intérprete de libras.
A mensagem é tão importante quanto a música em si, por isso faz todo o sentido que o grupo londrinense tenha buscado promover essa inclusão. Talvez tenham enxergado o que pouca gente vê. É assim que a inclusão acontece.
Ela existe em um ambiente e só pode ser identificada e promovida a partir da sensibilidade daqueles que compõem esse mesmo ambiente.
Assim sendo, pergunto, ainda, para que você possa refletir, caro leitor: O que você tem feito para promover um ambiente mais inclusivo? Tem estado atento às necessidades e oportunidades? Isso vale para empresas, como no meu caso, para a artes, como no caso dos rappers, e para as coisas banais da vida. Basta sensibilidade e empatia.
*Vinícius Fonseca é pessoa com deficiência, jornalista, tecnólogo em gestão de Recursos Humanos com especialização em assessoria em Comunicação e M.B.A. em Gestão de pessoas. Também é escritor de poesias e contos, além de um eterno curioso
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