Moradores do União da Vitória e o Movimento Autônomo Popular articulam manifestação para atentar ao descaso com que a Sanepar tratou a obra
Mariana Guerin
Foto em destaque: Reprodução
Moradores da Rua dos Oleiros, no Conjunto União da Vitória, Zona Sul de Londrina, estão organizando uma manifestação para às 18 horas desta segunda-feira (6), para denunciar os estragos ocorridos em algumas casas em decorrência da forte chuva que atingiu a cidade neste domingo.
Segundo Jéssica Doarte, filha de uma moradora da Rua dos Oleiros, com a pancada de chuva da noite de ontem, o material que está sendo usado em uma obra da Sanepar no local cedeu à força das águas e invadiu algumas casas, provocando alagamentos e destruindo móveis.
“A Rua dos Oleiros está em obras, acredito que pela Prefeitura, em parceria com a Sanepar. Na sexta-feira, deixaram pedras em uma valeta que está sendo feita na obra e, com a chuva, esse material foi arrastado pela enxurrada”, relata Jéssica.
“A corrente de água que desce pela rua levou tudo para dentro das casas dos moradores: pedras, lama e tudo que desceu”.
Segundo ela, os moradores chegaram a avisar o engenheiro responsável pela obra. “Ninguém deu importância e ficou desse jeito. É uma situação bem revoltante.”
A comunidade e o Movimento Autônomo Popular (MAP) estão articulando uma manifestação para “tentar chamar a atenção para o descaso com que trataram essa situação”, diz Jéssica.
Ela lembra que os moradores não fizeram nenhuma reclamação formal à Prefeitura ou à Sanepar, apenas “fizeram contato direto com os profissionais, acho que o engenheiro, no dia em que deixaram assim”.
“O problema com a enxurrada é constante, sempre que tem uma chuva mais forte. Já aconteceu de alagar as casas antes, várias vezes. Com a obra foi muito pior”, reforça Jéssica, que não vive mais no bairro. A mãe e o irmão dela, com a família, ainda moram no local.
“Minha mãe mora sozinha. Na hora da chuva, ela não estava dentro da casa, ainda bem, porque a enxurrada levou toda a pedra e material da rua para a casa dela.”
“O portão conseguiu até segurar um pouco das pedras, entortou todo, mas segurou. Só que entrou toda a água com lama até nos guarda-roupas”, descreve Jéssica.
Estes vídeos mostram a situação em que ficou a casa da mãe da Jéssica:
Jéssica acredita que a obra na Rua dos Oleiros faz parte do calendário de obras da Sanepar em toda a cidade. “O que acontece é que, em outros lugares, no Centro mesmo, que é onde eu moro, eles fazem e já fecham essas valetas no dia mesmo.”
“Mas lá é diferente. Nem os moradores pedindo, avisando, levaram em consideração.”
Estes são vídeos do estrago em outras casas localizadas na mesma rua:
Em nota, a Sanepar explica que está realizando obras na região da Rua dos Oleiros: “Em função da grande declividade da rua e da deficiência no escoamento da água de chuva, houve o carreamento de material da obra para residências”.
“O material é da recomposição do asfalto, serviço que foi realizado dentro de normas técnicas. Quanto aos possíveis danos nos imóveis, equipe técnica está levantando as condições e prestando o devido atendimento”, finaliza a nota da empresa.
De acordo com balanço da Defesa Civil de Londrina sobre a chuva deste domingo, foram registradas seis ocorrências, cinco delas foram quedas de árvores e uma solicitação de vistoria para constatar dano estrutural, no Centro e na Zona Leste da cidade. Houve, ainda, bloqueio parcial em quatro vias da cidade.
A velocidade do vento chegou a 14,8 km/h, com rajadas de até 37,1 km/h, conforme dados do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
Bandeirantes debaixo d’água
Um temporal também atingiu a cidade de Bandeirantes, no Norte do Paraná, deixando vários bairros alagados neste domingo (5). De acordo com dados da Defesa Civil local, mais de 250 famílias foram prejudicadas pelo transbordamento dos rios Ribeirão das Antas e Ribeirão Água do Caixão.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública e pontos de apoio estão sendo montados em escolas da cidade para acolher os desabrigados. Mais de 12 bairros foram atingidos em áreas de baixadas. Não houve relatos de mortes.
(Atualizada às 16h48)
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