Em Londrina, manifestação será em frente ao Teatro Ouro Verde, a partir das 18 horas, e pedirá por uma escola gratuita popular, universal, laica e de qualidade
Da Redação
Estudantes do Ensino Médio irão se reunir a partir das 18 horas desta quarta-feira (15) em frente ao Teatro Ouro Verde, no Calçadão de Londrina, no ato “15M contra o novo Ensino Médio”. Em Curitiba, o protesto será na Praça Santos Andrade, a partir das 17 horas.
A ação faz parte do movimento nacional “Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio”, convocado pelos movimentos estudantil e sindical ligados à Educação.
A manifestação tem por objetivo pressionar o governo federal para reverter os retrocessos impostos ao processo de ensino e aprendizagem de crianças e jovens.
Na pauta, o movimento londrinense, capitaneado pela União da Juventude Comunista (UJC), pede “a revogação imediata da reforma do Ensino Médio e de todas as reformas neoliberais e pela construção de uma nova Base Nacional Curricular, que desenvolva todas as potencialidades des filhes da classe trabalhadora”.
A ação pede, ainda, “pela reconstrução do movimento secundarista em torno de um projeto revolucionário de escola e sociedade, por uma escola gratuita universal, laica e de qualidade e por uma escola popular”.
Em Brasília, os manifestantes se concentram, a partir das 9 horas, no Museu Nacional e seguirão em marcha até o Ministério da Educação (MEC), onde tentarão ser recebidos para exigir a imediata revogação do Novo Ensino Médio.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e suas seções sindicais irão fortalecer as atividades do movimento estudantil secundarista.
“Temos que ter clareza que essa reforma do Ensino Médio compromete profundamente as e os estudantes e isso tem interferência muito grande no acesso desses e dessas estudantes à universidade pública”, diz Elizabeth Barbosa, coordenadora do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do Andes-SN no Rio de Janeiro.
Segundo ela, “a mudança no processo de formação por itinerários, que retirou disciplinas que são fundamentais para o senso crítico, para reflexão, traz para o Ensino Médio a perspectiva de uma formação aligeirada, sem qualidade”.
Elizabeth destaca que as mudanças promovidas pela reforma do Ensino Médio deixaram a educação pública diretamente ligada ao setor privado, aumentado a carga horária da formação, mas de uma forma que retira o aluno e a aluna das salas de aula em processos precarizados e alienantes.
“O estudante pode fazer essa carga horária online, acessando um livro didático produzido pelo Sistema S, por exemplo. É muito preocupante como vai se dar essa formação. E é óbvio que vai atingir principalmente os filhos e as filhas da classe trabalhadora, estudantes negros, negras, pobres, da periferia, para ter cada vez mais uma perspectiva de formação para servir ao mercado de trabalho”, acrescenta a coordenadora do GTPE.
Novo Ensino Médio foi aprovado no governo Temer
O projeto de Reforma do Ensino Médio foi enviado ao Congresso Nacional pelo então presidente Michel Temer, em setembro de 2016 (MP 746). A proposta foi elaborada de forma antidemocrática e unilateral, sem ouvir educadores, educadoras e estudantes.
Milhares de protestos, ocupações estudantis e greve de docentes, técnicos e estudantes eclodiram no país para tentar barrar a proposta, que acabou aprovada no Congresso Nacional.
Entidades sindicais e movimentos da sociedade civil organizada ligados à educação, partidos políticos e o Ministério Público Federal se manifestaram contra a proposta que foi sancionada em 2017.
Em 2023, o ANDES-SN apresentou à equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a carta “Onze pontos programáticos em defesa da Educação Pública”.
O documento reivindica, em seu ponto oitavo, a revogação do Novo Ensino Médio e da Resolução CNE/Cp 02/2019, que altera as diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial de professores e professoras para a Educação Básica (BNC formação), que está articulada com a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Básica.
“Esses dispositivos rebaixam a formação universitária do(a)s docentes da educação básica e a formação da juventude em geral”, afirma o documento.
(Com informações do site andes.org.br)
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