Servidores de cinco instituições paranaenses, incluindo a UEL, não recebem o reajuste inflacionário há sete anos e irão panfletar nos campus

Mariana Guerin

Após assembleia realizada no dia 2 de março, servidores e professores de cinco universidades estaduais do Paraná aprovaram uma paralisação para esta quarta-feira (15), em protesto contra a defasagem salarial.

Além da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unespar), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) e Universidade Estadual de Maringá (UEM) também devem paralisar as atividades.

Na (UEL), as aulas estarão suspensas, mas o Hospital Universitário (HU) manterá os atendimentos ao público.

Em Londrina, o protesto está sendo organizado pelo SindiprolAduel e pelo Sindicato dos Técnicos-administrativos da UEL (Assuel). As duas instituições fazem parte do Fórum de Entidades Sindicais (FES).

Segundo nota do sindicato que representa os professores da UEL (SindiprolAduel), a data foi proposta pelos sindicatos de servidoras e servidores das universidades estaduais do Paraná como início da mobilização para reivindicar a reposição dos 42% de defasagem salarial.

“Estamos sem reposição salarial há sete anos. Desde 2016 sem zerar a inflação do ano anterior.  Atualmente, técnicos perdem, todos os meses, 42% dos salários. Para se ter uma noção, é como trabalhar por 40 horas e receber por apenas 23 horas. Ou se fossem pagos por apenas sete meses durante o ano”, explica o presidente da Assuel, Marcelo Seabra.

Segundo ele, os sindicatos que compõem FES entregaram ao governo estadual, em fevereiro, um documento com as demandas do funcionalismo público. “Eles ficam enrolando a gente e não demonstram nenhuma vontade em sentar para negociar a nossa data-base, por isso decidimos parar amanhã, como sinal de alerta para uma possível greve no futuro, caso não haja acordo”, declara.

Além da reposição salaria de 42%, o documento entregue ao governo também contém os seguintes pontos:

– Alteração no desconto da Paranáprevidência para aposentados: atualmente, os descontos são realizados a partir do recebimento de três salários-mínimos, considerando o piso nacional. A categoria deseja que a isenção seja estendida para seis salários-mínimos.

–  Melhoria no atendimento do SAS: a precariedade no Sistema de Assistência à Saúde (SAS), do governo do Estado, se estende por anos. As reclamações vão desde a demora no agendamento para avaliações médicas e retornos, falta de profissionais, adiamento e cancelamento de consultas e outros procedimentos como cirurgias.

–  Concurso público e revogação da LGU: existem setores que estão há mais de 20 anos sem concurso público e os servidores vão se aposentando e não tem quem repõe para atender a população paranaense.  A LGU (Lei Geral das Universidades) tem de ser revogada imediatamente para os servidores, sobretudo, os vinculados às instituições de ensino superior paranaenses.

Defasagem salarial pode levar à greve geral

“Neste momento não queremos nenhum ganho salarial, queremos apenas recuperar as perdas. Se o governo se mantiver intransigente, é possível que em maio, quando é a nossa data base, a gente se veja obrigado realmente a entrar em greve.”

“O dia de 15 é apenas uma advertência, mas não estão descartadas outras mobilizações ao longo desse mês e do mês subsequente, assim como em maio a gente poderá, sim, entrar em greve. Não somente as universidades, mas o funcionalismo público de um modo geral”, avisa Seabra.

Em 2022, como resposta à cobrança dos sindicatos pela reposição salarial, o então superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, anunciou a criação de um grupo de trabalho para tratar da carreira de docentes e agentes universitários.

Conforme dados do SindiprolAduel, o aumento do adicional de titulação em 5 pontos percentuais, proposto por Bona, está bem distante da proposta dos servidores de mudança de 25% para 40%, 45% para 70% e 75% para 100%. 

Ainda conforme nota do sindicato, hoje, há uma discussão no Estado que envolve um aumento do adicional de titulação para o nível da reivindicação histórica, a criação de um novo nível de Professor Associado e a possível incorporação do Professor Titular à carreira.

Em 2 de março, foi também constituída uma comissão para organizar as atividades que serão realizadas durante a paralisação desta quarta:

7h e 13h – Panfletagem no campus da UEL

– Cancela de acesso pela avenida Castelo Branco

– Cancela de acesso pela reitoria/COU

7h e 13h – Panfletagem no CCS/HU

– Hemocentro

– Estacionamento

9h30 – Ato em defesa da data-base

– Anfiteatro do Cesa

14h30 – Atividade com os professores com contrato temporário

– Anfiteatro do Cesa

19h30 – Live “Reposição salarial e defesa das universidades públicas do Paraná” com dirigentes de sindicatos de docentes e técnicos

– Youtube do SindiprolAduel

Em 2022, como resposta à cobrança dos sindicatos pela reposição salarial, o então superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, anunciou a criação de um grupo de trabalho para tratar da carreira de docentes e agentes universitários.

Conforme dados do SindiprolAduel, o aumento do adicional de titulação em 5 pontos percentuais, proposto por Bona, está bem distante da proposta dos servidores de mudança de 25% para 40%, 45% para 70% e 75% para 100%. 

Ainda conforme nota do sindicato, hoje, há uma discussão no Estado que envolve um aumento do adicional de titulação para o nível da reivindicação histórica, a criação de um novo nível de Professor Associado e a possível incorporação do Professor Titular à carreira.

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