Veralda Rosângela Albino veio de Bandeirantes para participar de debate sobre letalidade policial e incentivar outras mães a seguirem na luta em busca de justiça
Nelson Bortolin
Foto em destaque: Reprodução
“Sou Veralda, mãe do David Vinícius Carrascal. Meu filho foi assassinado por um policial na cidade de Itambaracá. Acredito que ele estava no lugar errado e na hora errada.”
“Os policiais alegam que ele fugiu de uma blitz e, por isso, eles o assassinaram. Deram um tiro na cabeça. Na realidade foram dois tiros. Estou lutando até hoje. Faz seis anos agora em maio, dia 28.”
Veralda Rosângela Albino veio de Bandeirantes a Londrina para participar do debate “Letalidade Policial: um retrato da violência no Paraná”, realizado pela Rede Lume e a Rádio UEL FM, no campus da universidade, na noite da quarta-feira (15).
Policial foi condenado em primeira instância
Muito emocionada, ela falou sentada e incentivou os familiares de outros mortos a continuarem lutando por Justiça. O PM que matou David foi condenado em primeira instância. Ele recorreu da sentença e Everalda diz que, se preciso, irá a pé até Curitiba para que a condenação seja confirmar.
“Estou lutando por justiça. Ganhei a causa graças a Deus. Eu peço para as mães não desistirem nunca, vão atrás de onde tiver de ir porque ainda tem justiça. Em algum lugar nesse mundo alguém vai ouvir vocês, alguém vai se comover pela dor de vocês.”
“Quando mataram meu filho, eu tentei fazer a denúncia na cidade de Bandeirantes, porque ele era de lá. Mandaram para Itambaracá. Eu fui. Me mandaram para Andirá, porque Itambaracá é comarca de Andirá. Eu fui em Andirá. Não quiseram ouvir porque meu filho era de Bandeirantes.”
“O seu Carlos Santana (do Movimento Nacional dos Direitos Humanos) foi um anjo na minha vida. Ele pediu para que eu fizesse a denúncia pelo Ministério Público. Eu fui no Ministério Público. Fiz a denúncia contra o policial. Depois disso fui ouvida em Andirá, em Itambaracá, em Bandeirantes.”

“Deus me deu parte da vitória. Eu acredito que vai dar a vitória completa.”
“Eu quero fazer um apelo para que as mães não desistam dos seus filhos. Quem tem o direito de tirar a vida dos nossos filhos é só Deus.”
“Se for preciso eu ir a pé para Curitiba, eu vou, porque esse policial, ele recorreu. Tem um promotor, não sei se é desembargador, de Curitiba, que acha que não foi justo para o policial. Eu quero saber o que é que não foi justo para o policial.”
“O policial ainda está trabalhando, mas eu acredito em Deus, eu faço um apelo para os promotores, os juízes que estudem o caso do meu filho e que dobre a penalidade dele porque eu acho que uma pessoa que atira na cabeça de uma pessoa que está fugindo de uma blitz merece ser banida da polícia.”
“Não conseguiram plantar arma graça a Deus.”
Veja o depoimento completo de Everalda no vídeo:
Debate promovido pela Rede Lume e UEL FM reuniu familiares com representante do Gaeco, Defensoria Pública e pesquisadora do juvenicídio. Confira a reportagem completa aqui.
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