Caio José Ferreira de Souza Lemes tinha 17 anos e foi baleado por guardas municipais em Curitiba, no último sábado, 25 de março

Aline Reis, do Plural

Foto em destaque: Arquivo Pessoal

Após a morte do adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, ocorrida no sábado (25), a corregedoria da Guarda Municipal (GM) de Curitiba instaurou inquérito para apurar a conduta dos envolvidos na morte do jovem. A família questiona a versão apresentada pela GM.

Caio morava no bairro Campo Comprido e foi dormir na casa de um amigo, por volta das 15 horas saiu para ir ao mercado, porém não retornou.  Ele foi abordado pelos guardas Edmar Junior, Edilson Silva e Anderson Bueno na Rua Herondina de Freitas Ribeiro, no CIC.

O boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil (PC) indica que um motorista que passava pelo local falou à equipe que havia pessoas traficando drogas nas proximidades. Os guardas então fizeram a abordagem do suspeito, que seria Caio. O boletim diz ainda que o adolescente correu e tentou esfaquear os agentes, que reagiram atirando. Os bombeiros chegaram a ser acionados, mas o rapaz morreu no local.

O documento indica que a vítima era um homem adulto, o que aponta inconsistência no relato, segundo a família.

Caio cursava o 3° ano do Ensino Médio/Foto: Arquivo Pessoal

Família questiona morte de adolescente

Houve um ato nesta segunda-feira (28) no local da morte do jovem. Caio era estudante do terceiro ano do ensino médio e trabalhava como menor aprendiz. Também não tinha antecedentes criminais. A família questiona a versão apresentada pela GM.

“Meu filho não é bandido. Ele estava ali porque é onde tem os amigos. Moramos no Campo Comprido, a quinhentos metros do bairro onde aconteceu”, lamentou o pai do jovem, Claudio de Souza Lemes, advogado.

Lemes deixou Curitiba por alguns dias por conta do choque pelo falecimento do filho. O advogado Andre Romero, que representa a família, disse que já foi à delegacia onde o inquérito foi instaurado e que agora aguarda para acessar o teor do processo.

“Nós solicitamos que a Polícia Civil veja as câmeras da região ou câmeras corporais para esclarecer os fatos”, disse.

Em nota a Secretaria de Defesa Social da prefeitura de Curitiba disse que “lamenta a morte”. Os guardas envolvidos na ocorrência estão afastados das atividades operacionais até o encerramento do procedimento administrativo aberto pela GM.

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