Arquiteto Leonardo Ferreira quer conhecer espaços, demandas e necessidades da população LGBTQIAP+ na cidade de Londrina

Cecília França

Foto em destaque: Cecília França

Quais locais pessoas LGBTQIAP+ costumam frequentar em Londrina, que acolhimento recebem, quais riscos correm? Por meio de sua pesquisa no mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Leonardo Ferreira procura responder a essas questões, conhecer demandas e propor soluções para uma cidade mais acolhedora e inclusiva.

Acesse aqui o questionário da pesquisa Territórios LGBTQIAP+ e contribua.

O arquiteto conta que não fazia ideia da possibilidade desse tipo de pesquisa. Uma conversa com uma colega da área o despertou para questões relacionadas ao urbanismo que normalmente ficam fora das pesquisas tradicionais.

“Comecei a investigar como que eu poderia tratar de pessoas LGBT dentro da cidade”, destaca. Leonardo ouviu o relato de um casal gay, abordado em um shopping por um segurança, e teve a ideia da pesquisa.

O arquiteto Leonardo Ferreira/Arquivo pessoal

“Eles estavam caminhando juntos, de mãos dadas, e o segurança falou que eles não podiam se comportar ‘daquela maneira’. E eu comecei a perceber o quanto os comportamentos das pessoas LGBT são cerceados por causa do preconceito dentro da cidade. Isso me acendeu uma ‘luzinha’ eu escrevi o projeto de pesquisa e entrei no mestrado”, relata.

Hoje o profissional diz já ter a compreensão do quanto é importante entender a cidade vivenciada pelos grupos sociais mais vulnerabilizados e, por isso, também excluídos dos espaços, sejam públicos ou privados.

“É importante a gente entender e diagnosticar a cidade para que a gente possa pensar em um planejamento urbano que seja inclusivo com essas pessoas que são expostas ao medo e à morte todos os dias”, ressalta.

Por meio do questionário a pesquisa busca mapear e compreender os territórios frequentados pela comunidade LGBTIAP+ em Londrina. É possível acrescentar nomes de bares, restaurantes, parques, praças, etc. Também há a possibilidade de apontar locais de maior risco ou nos quais o respondente já presenciou situações de LGBTQIAP+fobia.

“Com isso, espero poder contribuir para o fortalecimento desses espaços e para a luta por mais inclusão e respeito para todas as pessoas”, finaliza o arquiteto.

A pesquisa inclui perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual dos respondentes, bem como perfil racial, podendo retornar um importante panorama da presença dessa população na cidade.

Acesse o perfil da Territórios LGBTQIAP+ nas redes.

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