Formado por trabalhadores e trabalhadoras auto-organizados, SIT promove sessão de cinema e marcha neste fim de semana em Londrina

Cecília França

Foto: Integrantes do SIT em atividade de formação política no Zerão, em Londrina/Reprodução Instagram

O Sindicato Independente de Trabalhadores e Trabalhadoras (SIT) promove, em Londrina, uma programação especial para resgatar a origem de luta do dia 1° de maio. No domingo, dia 30, será realizada uma sessão de cinema do documentário “Maio. Nosso maio”, que conta a história da data, seguida de roda de conversa. A sessão é gratuita e aberta à comunidade.

Já na segunda-feira, Dia do Trabalhador, o SIT promove uma marcha reivindicando melhores condições de vida, trabalho, e com o intuito de promover a auto-organização do povo na construção do socialismo.

“Ao fim do ato ocorrerá uma exposição, trazendo nomes, rostos e histórias aos milhares de ‘anônimos’ e ‘anônimas’ que lutaram no passado e construíram o legado que tentamos preservar, elevar e expandir hoje em dia”, explica o grupo, que responde coletivamente.

“Queremos, com a programação, resgatar o verdadeiro significado do 1° de Maio, um dia histórico de luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Também queremos apresentar para as pessoas a perspectiva do Sindicalismo Revolucionário, mostrando que esse tipo de organização vai muito além da burocracia, do corporativismo e da corrupção dos sindicatos oficiais”, continuam.

A mudança na condução do governo federal – saindo de um flerte com o fascismo para um governo de centro-esquerda – melhora as perspectivas para a população trabalhadora, acredita o SIT, porém, já mostrou que não vai solucionar as mazelas impostas pelo neoliberalismo.

Divulgação da programação do SIT

“Não nos iludimos com o potencial desse novo mandato do PT para a melhoria das condições de vida dos brasileiros. Percebemos, na recusa à revogação do Novo Ensino Médio e da Reforma Trabalhista (ambas obras do governo golpista de Temer, aliás), na ainda presente insistência em um Teto de Gastos (simplesmente mudar o nome para ‘Arcabouço Fiscal’ não apaga a mesma essência das duas medidas), revelam, alinhados ao velho discurso conciliatório de classes do PT, que o projeto neoliberal ainda segue em curso no Brasil, ainda que sob uma nova (velha) roupagem”, pontuam.

Os trabalhadores e trabalhadoras auto-organizados defendem o socialismo como real melhoria nas condições de vida e trabalho, “sem patrões, sem depender de políticos, construindo diretamente sua rua, seu bairro, sua cidade, seu país”.

“É essa a perspectiva do Sindicalismo Revolucionário, do SIT, da Alternativa Popular (Federação Autônoma de Lutas Populares, Estudantis e Sindicais) e da FOB (Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil)”, explicam.

Origem do 1° de maio

A data de 1° de Maio remete a uma greve geral de operários, ocorrida em 1886 na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, em que as forças da repressão atacaram os grevistas. Houve mortes no dia, prisões e condenações de sindicalistas a penas capitais. A principal reivindicação do movimento era a redução da carga horária de trabalho de 13 para 8 horas.

No Brasil, a data foi instituída em 1925, no governo de Arthur Bernardes, como “Dia do Trabalhador”. Posteriormente, teve sua nomenclatura alterada para “Dia do Trabalho” no governo Getúlio Vargas.

“Com medo do potencial revolucionário demonstrado todos os anos em 1° de Maio, a burguesia adotou a data como feriado, modificando seu nome para ‘Dia do Trabalho’, e a transformou em um ato de festa e conciliação entre empregados e patrões”, critica o SIT.

“Não deixaremos apagar a memória dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que deram suas vidas no passado para que hoje tenhamos esses poucos direitos, os quais ainda tentam tirar de nós. Continuaremos seu legado, lutando sempre por mais, construindo sempre o socialismo, até que o Dia do Trabalhador seja, finalmente, todos os dias”, finaliza o coletivo.

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