Desejamos perpetuar projetos, valores, crenças e legados.
Queremos semear e partilhar o amor que há em nós.
Planejamos usar nossa energia vital para o bem.
Comprometermo-nos com objetivos que geram mudanças em nossa vida pessoal e comunitária.
Diante de tantos desejos, as emoções podem potencializar ou bloquear nossas ações.
Por que somos travados por nossas emoções?
Não acreditamos na potência do nosso ser.
Não confiamos no amanhã.
Temos medo de ir ao encontro do desconhecido.
Temos dentro de nós um inimigo cruel que interfere negativamente em nossa vida.
Somos dominados por inseguranças, tristezas, orgulho, complexos de inferioridade e superioridade, descontroles, irritações e impaciências.
Para não lidar com as frustrações, desistimos na metade do caminho.
Para não assumir responsabilidades, procrastinamos.
Quando estamos perto de alcançar nossos objetivos, nos sabotamos.
Não colocamos limites e por isso o outro se torna prioridade.
Somos sufocados pela culpa.
Ficamos apegados às nossas emoções negativas.
Vagamos num tempo que não é o aqui e o agora.
Não ouvimos o outro, não estamos atentos às suas narrativas. Nossa mente voa dispersivamente.
O diálogo entre a vida e a morte também abala nossas emoções.
Monja Coen é sábia ao afirmar que “não sabemos lidar com a morte. Morrer deveria ser tão natural quanto nascer. Quando despedimos daquele que amamos, precisamos deixar que o outro vá para a luz infinita. Que se torne luz, liberto dos apegos. Que eu dê continuidade à minha missão, contribuindo com o melhor de mim”.
Como lidar com nossas emoções, sem permitir que elas nos paralisem?
Somos desafiados a
Colocar em ordem nossas emoções, afetos e sentimentos.
Possibilitar que a respiração oxigene nosso cérebro e equilibre nossas emoções.
Permitir a cura das feridas e das dores.
Perdoar a nós mesmos e ao outro.
Deixar ir o que aprisiona.
Ser grato por tudo.
Valorizar nossa história.
Acolher nosso jeito de ser com amor e respeito.
Espantar os temores com coragem e ousadia.
Trabalhar o foco, a atenção e a assertividade.
Criar laços, raízes e pertencimentos.
Orar, agradecer, desapegar, permitir o encontro com um Deus de amor que habita em nós e tudo transforma.
Meditar, silenciar o corpo e a mente. Buscar o equilíbrio.
Falar menos e agir mais.
Cuidar do corpo, da alimentação e da saúde.
Viver com sabedoria, cuidado, afeto e compaixão. Acolher o outro em suas contradições, em suas singularidades e diferenças.
Dançar, cantar, ler, viajar, recolher, relaxar e silenciar.
Cultivar a paz, o diálogo e o respeito à diferença.
Acolher a morte e elaborar o luto.
Amadurecer significa mudar posturas diante da vida. Sair da zona de conforto em que somos tutelados.
Paramos o nosso desenvolvimento emocional na infância e adolescência. Temos dificuldade de entrar na vida adulta.
Buscamos alguém que assuma a responsabilidade por nós.
Somos fracos emocionalmente porque não nos mantemos no presente.
Alimentamos raivas, culpa, remorso e arrependimentos vividos no passado. Temos receio do futuro, da opinião alheia, de ser traído e de perder o emprego.
Passamos anos nos preocupando com algo e quando envelhecemos descobrimos que o que temíamos nunca aconteceu.
Como podemos cuidar de alguém se não cuidamos de nós?
O amor por nós possibilita relacionamentos mais maduros e confiantes.
Quando eu cuido de mim, irradio luz e amor.
Se não posso levar alguém a pensar como eu, posso admitir que temos concepções e posições políticas, religiosas e esportivas diferentes. Se não podemos convencer o outro das nossas escolhas, vamos respeitá-lo.
Você deve estar se perguntando se vivo tudo isso. Diria que estou caminhando em meu processo evolutivo. Sou humana, cheia de falhas e limitações, mas quando escrevo coloco os dedos em minhas feridas, não aponto o dedo para ninguém. Só convido para refletir sobre esses desafios.
Que possamos avançar em nossa busca para sermos emocionalmente fortes.
Amar com plenitude, gratidão, solidariedade, respeito e intensidade.
Nunca perder o colorido e o prazer do momento.
*Beatriz Herkenhoff é assistente social. Professora aposentada do Departamento de Serviço Social da UFES. Com doutorado pela PUC-SP. Autora do livro: “Por um triz: Crônicas sobre a vida em tempos de pandemia” (2021) e “Legados: Crônicas sobre a vida em qualquer tempo (2022)
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