Por Vinícius Fonseca
Não faz muito tempo escrevi aqui sobre a importância do lazer na vida das pessoas, sobretudo quando estas têm alguma deficiência.
Pois bem, nas últimas semanas o Brasil recebeu o festival The Town, aquele que promete ser para a cidade de São Paulo aquilo que o Rock and Rio é na cidade maravilhosa. O evento conta, inclusive, com os mesmos organizadores.
Bem, o aguardado festival paulistano, desde seu início dizia ser inclusivo e que promoveria a união de várias tribos. Ao seu término, no entanto, o que se viu foi uma enxurrada de vídeos e textos nas redes sociais criticando e questionando a tal inclusão que havia surgido como uma das premissas do The Town.
Curiosamente, em uma das quintas-feiras que antecediam o festival, tive a oportunidade de ir a Curitiba assistir ao show dos Foo Fighters, que também seriam uma das atrações de São Paulo.
Assim que cheguei ao Couto Pereira uma das pessoas que trabalhava indicando o portão que levava ao local correspondente ao seu ingresso identificou a minha deficiência e junto a outro colega de trabalho, não só me levou ao portão como me disse que, mesmo o meu ingresso não sendo meia-entrada para Pessoa Com Deficiência (PCD), eu poderia ser um dos primeiros a entrar no estádio, pois os portões seriam abertos com alguns minutos de antecedência para o público PCD.
Estou acostumado com shows e sei que meus joelhos doem e incham, quase impossibilitando o movimento, se fico muito tempo em pé, então à primeira oportunidade, disse à equipe de bombeiros que provavelmente necessitaria de uma cadeira de rodas ao final do espetáculo.
Pouco tempo depois dos shows previstos para o Couto começarem (ainda teve Garbage e Wet Leg), um dos bombeiros me reconheceu na grade e perguntou se eu estava bem ou se já precisava de auxílio. Também me cedeu água quando precisei.
Por que estou contado toda essa história? Todas as três bandas que tocaram em Curitiba, passaram pelo The Town, mas a experiência que tive na capital paranaense foi super inclusiva. O motivo todos sabemos: a inclusão pode ser a premissa de tudo na vida, mas só será alcançada se todas as pessoas estiverem imbuídos de um espirito inclusivo.
*Vinícius Fonseca é pessoa com deficiência, jornalista, tecnólogo em gestão de Recursos Humanos com especialização em assessoria em Comunicação e M.B.A. em Gestão de pessoas. Também é escritor de poesias e contos, além de um eterno curioso.
A Lume faz jornalismo independente em Londrina e precisa do seu apoio. Curta, compartilhe nosso conteúdo e, quando sobrar uma graninha, fortaleça nossa caminhada pelo PIX (Chave CNPJ: 31.330.750/0001-55). Se preferir contribuir com um valor mensal, participe da nossa campanha no Apoia-se https://apoia.se/lume-se.
Deixe uma resposta