Encontro acontece nesta quarta (20) e busca exaltar os aspectos históricos, culturais, políticos e espirituais do parto
Cecília França
“Parir é um portal de cura”. Assim a parteira tradicional Thyara Kalahan, de Londrina, define o parto. Na noite desta quarta-feira (20), ela e outras parteiras, de outros locais do país, se unem em uma roda de conversa para lembrar “nós ainda existimos” e parir é natural.
A “Roda das Parteiras” acontece às 19h, na escola Jardim Alvorecer, na rua Mar Vermelho, 23. Além de Thyara, vão participar Ciléia, palhaça, parteira tradicional, fundadora da coletiva Sopro de Vida, em São Paulo, e madrinha da coletiva Ciranda da Vida; Raquel, que atua como parteira tradicional em Curitiba; Mãe Dôra, parteira tradicional, liderança do povo Pandakaru e patrimônio vivo de Pernambuco.
A música fica por conta do grupo Pisada de Jurema.
“Estamos aproveitando um momento de encontro das parteiras aqui em Londrina para divulgar o trabalho da parteria tradicional, falar o que é, trazer os aspectos históricos, culturais, políticos e espirituais”, explica Thyara.
“Muitos acham que as parteiras não existem mais, e estamos reafirmando nosso servir. Nunca deixamos de existir! Fazemos parte do movimento das parteiras tradicionais do Brasil, onde nos articulamos politicamente e mapeamos as parteiras do Brasil”, acrescenta.
O que representa o parto
Para a parteira Thyara, além de um ato político, o parto é um ato de resistência e reafirmação de que a pessoa que vai parir pode escolher onde, como e com quem isso vai acontecer.
“Parir é um portal de cura. De renascimento da pessoa que pari e de cura profunda dessa pessoa, dos ancestrais dela, e de quem conduz e participa desse parto também. Minha madrinha sempre diz que as crianças são pequenos mestres, eles já vem nos ensinando desde o ventre”, declara.
Para a parteira, cada parto, assim como cada gestação, são únicos, porque fazem parte da história da pessoa que está nascendo, da família, que está renascendo, e da pessoa que está parindo, “uma fênix, que passa a existir de outra forma”.
“Parir é visceral, selvagem, orgânico, natural, sexual…é um acesso profundo às nossas sombras, ao mesmo tempo que nos conecta fortemente com o que é mais divino!”
Serviço
“Roda das Parteiras”
Dia 20 de setembro às 19h
Local: escola Jardim Alvorecer – Rua Mar Vermelho, 23
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