Projeto Sobre Humanos e Flores traz belas imagens de refugiados que vivem na ocupação em Londrina
Nelson Bortolin
O adolescente Pietro Cavalcante Ferreira, 12 anos, educando da Escola Profissional e Social do Menor de Londrina (Epesmel), se encantou com a fotografia. Ele, que está na foto em destaque desta página, fez registros belíssimos de mulheres venezuelanas que vivem na ocupação Flores do Campo (zona norte), entre elas a LilimarJ osefina Pinto Cupare (foto ao lado)
Durante a segunda edição do Encontro sobre Migração e Refúgio: Participação e Construção Comunitária, foi apresentada uma exposição do projeto Sobre Humanos e Flores – iniciativa do PAIF/Movimenta CRAS e da Educomunicação da Epesmel. Os autores das fotos são todos educandos da Epesmel.
“Eu fiz a foto na casa dela. Ela me contou um pouquinho da história dela e eu pedi para fotografar”, conta Pietro. O contato com os venezuelanos impressionou o adolescente, principalmente a história do neto do pastor Luiz Rodriguez, que nunca tinha comido uma maçã até mudar para o Brasil.
“A maçã é uma coisa super, super cara na Venezuela. Eles não tinham como comer.”

Pietro também fez uma linda foto da Astrid com o filho dela. “Eles não queriam muito aparecer, mas eu esperei e deu tudo certo.”
O projeto de fotografia nasceu dentro de um programa chamado Movimenta Cras, que visa complementar as ações de assistentes sociais e psicólogos dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras).
“No final do ano passado, nós começamos a esboçar o que se tornou, no ano de 2023, uma oficina chamada Identidade, Cultura e Cidadania voltada para os imigrantes”, conta o educador social da Epesmel, Jodair Moreno.
“A gente começou a fazer uma série de encontros. Nesses encontros, a gente começou a desenhar como eles chegaram ao Brasil, o que que eles enfrentaram para chegar ao Brasil, quais eram suas histórias de vida, o que motivou eles a virem e do que eles sentem falta da Venezuela”, explica o educador social.
O projeto das oficinas acabou se juntando com o Educomunição, coordenado pela educadora social da Epesmel, Laís Tobias, para desenvolver o Sobre Humanos e Flores.
“Pensamos em fazer um trabalho inspirado no projeto Humans of New York, que registra fotos de pessoas comuns e conta a história delas”, afirma. Os adolescentes já tinham aula de fotografia.
“A gente já faz um trabalho de comunicação dentro do serviço de convivência (Educomunicação) no qual ensinamos temas transversais através das mídias, além de ensinar a parte técnica da própria mídia, como a fotografia”, explica.
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