Por Vinícius Fonseca*
Entra ano e sai ano e é quase sempre a mesma coisa. Está chegando aquele momento em que vamos pensando sobre a vida, refletindo sobre os nossos pouco mais de 300 dias em 2023 e avaliando o que deu certo, o que deu errado. Há quem se arrisque a já fazer planos para o ano que vem.
Comigo não é diferente. Vou usar uma frase clichê, mas que parece se aplicar aqui: pessoas com deficiência também têm sonhos e devem ter o direito de celebrar suas conquistas, por menores que elas sejam. Os papais que apoiam seus filhinhos com algum tipo de deficiência também.
Seu filho teve algum avanço, algum progresso de fala, de comportamento, celebre! Não teve? Não desamine, celebre o fato de você estar com ele e compartilhar momentos que ficarão marcados nas lembranças de vocês.
Talvez eu esteja inebriado pelo meu mês de novembro, talvez um dos melhores que tive nos últimos anos. Entreguei o artigo da minha pós-graduação que fiz pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), assinei contrato para a publicação de um terceiro livro e tive conquistas importantes no trabalho. Então quero celebrar com vocês, sem nunca esquecer que isso só é possível por todos que me apoiaram da infância até aqui.
Lembra que falei das lembranças que os pais podem criar com os filhos. Enquanto escrevo aqui vem tanta coisa na cabeça. O quanto meu pai me cobrava estudo e minha mãe me ajudava com a tarefa, consigo facilmente relacionar com o possível diploma na UEL. O primeiro caderninho para que eu escrever minhas histórias, depois que mandei bem na minha primeira redação e minha mãe achou que deveria incentivar a escrita. A responsabilidade que ambos sempre me cobraram em ter, principalmente com relação ao dinheiro e a honra dos compromissos firmados.
São pequenos apoios sabe, que vão transformando a vida da Pessoa Com Deficiência (PCD) e o transformando em um ser próprio, único, cônscio da sua existência e de seus sonhos.
Durante a minha jornada também fui abraçado por várias pessoas, amigos de escolas, professores, colegas de trabalho, amigos para uma vida toda. Tudo isso vai somando ao progresso você tem. No caso de um PCD, em um mundo tão cheio de desafios e preconceitos são esses abraços que confortam e nos mostram que apesar dos pesares é possível seguir acreditando.
A vida não é um jardim de rosas, existirão dores e angústias pelo caminho. Volto a me usar como exemplo, apesar de tantas vitórias, estou com meu pai doente e aguardando cirurgia. É hora de apoiá-lo e abraçá-lo, como sempre fez comigo. E por que isso?
Porque no fim de tudo a vida é sobre apoio, também sobre oportunidades, mas principalmente sobre gratidão!
Se você e pai, parente ou amigo de uma pessoa com deficiência. Se você começou a refletir sobre a vida este mês em razão da proximidade do fim do ano ou em razão desse texto. Não importa!
Só leve essa causa além! Apoie um PCD, faço-o sonhar, abrace suas necessidades e desejos, faça-o acreditar que é possível ser alguém respeitado. Ele lhe será grato por isso e você também ganhará, porque quando a gente ajuda alguém…a vida faz bem mais sentido.
Vinícius Fonseca é pessoa com deficiência, jornalista, tecnólogo em gestão de Recursos Humanos com especialização em assessoria em Comunicação e M.B.A. em Gestão de pessoas. Também é escritor de poesias e contos, além de um eterno curioso.
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