Ontem, domingo, 14 de maio, foi Dia das Mães e me senti na obrigação de levar uma palavrinha com você, mamãe de uma pessoa com deficiência (PCD). Independentemente da idade ou da deficiência que possua, espero que esse texto lhe sirva como uma força, um afago e um encorajamento.
Eu tenho 35 anos, nasci no oitavo mês de gestação e fui acometido por hipóxia neonatal ou a falta de oxigenação do cérebro durante o processo de parto. Ou seja, minha mãe soube cedo que eu seria um filho com algum tipo de comprometimento, embora não soubesse, em um primeiro momento, qual seria a extensão da lesão.
Ao longo da vida, tive a oportunidade de falar com ela algumas vezes sobre esse momento da sua vida. Concluí que o diagnóstico médico é um desafio para todas as mães. Afinal, a gravidez é um momento de cuidado, atenção e preparo e por mais que você tome várias medidas, de repente, vem o médico e diz, não exatamente, mas talvez esse seja o sentimento, que algo deu errado.
O choque deve ser grande, a sensação de “fracasso”, misturada à insegurança. O que eu posso dizer sobre isso?
Não se abale mamãe, você vai encontrar um motivo para seguir lutando quando ver cada progresso que o seu filho fará ao longo dessa jornada de vocês juntos. O apoie sempre. Deixe-o tomar suas próprias decisões, ao mesmo tempo que demostra estar ali para apoiá-lo. Foi o que minha mãe fez e, no meu entendimento, deu certo.
Se o seu filho já tem mais idade, você é uma mãe que acha que já sabe como lidar com as coisas. Talvez ele tenha sofrido ou sofra bullying na escola. Talvez não conte tudo para você. Às vezes, você quer lutar por ele, defendê-lo com unhas e dentes, parte para o ataque se perguntam o que ele tem.
“Não, não tem nada, como assim o que ele tem?”, você responde, sem pensar duas vezes, na tentativa de constranger o dono da pergunta. Calma mamãe, seu filho vai ter que aprender com esses questionamentos e com essas dificuldades que a vida vai impor. Um conselho, faça-o saber e aceitar a sua deficiência e continue mostrando estar ao lado dele, você já foi bem até aqui e o pior já passou. Basta lembrar de quantas conquistas seu filho já teve e como cada uma delas colocou um sorriso no seu rosto.
Se você é mãe de uma pessoa com deficiência, eu quero agradecer a você: obrigado por não desistir do seu filho ou filha, obrigado por se fazer presente.
Aos pais, espero que possam entender a luta de suas esposas e serem presentes e participativos na vida do PCD, mas esse é um papo para agosto.
Antes de mais nada, obrigado mãe!
*Vinícius Fonseca é pessoa com deficiência, jornalista, tecnólogo em gestão de Recursos Humanos com especialização em assessoria em Comunicação e M.B.A. em Gestão de pessoas. Também é escritor de poesias e contos, além de um eterno curioso
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