Ao mesmo tempo em que tenho medo de parecer repetitivo penso que não há como fugir de certos assuntos, certas dores que carregamos e certos anseios pela mudança.
Não faz muito tempo fiz um texto aqui sobre o capacitismo, no qual acabei criticando um comentário preconceituoso do presidente Lula (PT) durante uma reunião.
No texto, expliquei a importância de se escolher melhor as palavras e tomar cuidado com certas expressões que, embora comuns em nossa língua, não devem ser mais usadas para descrever alguém ou uma situação.
Na última semana, no entanto, desta vez a atriz, cantora e bailarina Claudia Raia, em um programa de televisão, repetiu o nosso presidente e também se valeu de termo capacitista durante a entrevista.
Eu poderia deixar passar batida a situação, afinal já tratei desse assunto aqui, mas resolvi me encontrar com o capacitismo uma outra vez. O que me levou a fazer isso? A justificativa apresentada tanto por Lula quanto por Cláudia.
Ambos os relevantes personagens de nossa sociedade, guardadas as devidas proporções de cada um em seu campo de atuação, pediram desculpas por se expressarem de tal forma e afirmaram que sempre se é tempo de aprender.
Sou formado em jornalismo e jamais serei tolo de não achar que esse pedido de desculpas foi orquestrado e orientado por assessores de impressa. Usam até uma estrutura parecida.
Talvez por não termos a mesma exposição que eles, um comentário capacitista de nossa parte não terá a mesma repercussão, no entanto, também teremos menos “crédito” para nos defender. Quem tem popularidade ou status de celebridade, embora mais exposto, também conta com mais compreensão por parte da sociedade.
Em uma coisa, no entanto, concordo com as notas nos dois casos: é sempre tempo de aprender, então, antes que você, leitor e cidadão comum, tropece acidentalmente ou não em seu preconceito, aplique o seu direito de aprender.
Nesse sentido, quero aproveitar o espaço que tenho aqui e indicar um trabalho superlegal de uma pessoa que admiro, o professor Reinaldo Zanardi! Ele tem, de forma brilhante, usado suas redes sociais para fazer análises de discurso e o uso da linguagem em “Um minuto de linguagem”. Vale a pena conferir. No link a seguir, um post sobre o uso de uma expressão capacitista muito comum:
*Vinícius Fonseca é pessoa com deficiência, jornalista, tecnólogo em gestão de Recursos Humanos com especialização em assessoria em Comunicação e M.B.A. em Gestão de pessoas. Também é escritor de poesias e contos, além de um eterno curioso
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